"Descobridores do amor" "é uma viagem entre passado e futuro, entre memória e imaginação", segundo o texto de apresentação do espetáculo, na página do teatro na Internet.
A peça é a história de "um poeta que atravessou diversos tempos até chegar" àquele palco, e "parte de uma tentativa de compreender, através da escrita, a herança deixada por pais e antepassados".
Através da escrita, explica a sinopse, "o autor afasta-se das figuras que ama, traindo crenças e memórias, rasgando tudo até restar apenas o pensamento gravado no seu íntimo", acabando por imaginar "um livro perdido num naufrágio, talvez destruído por uma criança, cujas palavras permanecem vivas dentro de si".
"Entre os fantasmas e as mentiras da imaginação", o protagonista da obra "encontra uma verdade profunda e pessoal". Por fim, "entrega-se ao público: pele, palavras e amor - é o ator da sua própria história".
Em palco vão estar cinco personagens interpretadas por dois atores: Zarolho, por Petrônio Gontijo; e Velho, Velha, Inquisidor e Criança, por Ademir Emboava, disse à Lusa fonte do Teatro S. Luiz.
"Numa caverna iluminada por um jorro de luz, Zarolho e o Velho combatem-se com palavras, pão e vinho. O Zarolho é uma personagem criada e inventada nos seus detalhes a partir dos espaços de sonho que a biografia de Luís Vaz de Camões permite", lê-se na folha de sala.
Enquanto o Zarolho "tece histórias fantásticas de palácios, princesas e amores fugidios para saciar uma fome que é mais do que física", Velho "é o ácido da digestão, a voz que desconstrói e aponta o dedo à mentira necessária".
Através destas duas personagens e das transformações por que passam, "participamos numa viagem circular pela solidão, pelo ato de criar narrativas para sobreviver e pela demanda obstinada - e por vezes ridícula - por uma centelha de amor e beleza".
As outas três personagens - a Velha, o Inquisidor (que também é referido como o Mais Alto e o Grande) e a Criança - são "todas projeções dos diferentes aspetos da psique de Zarolho", segundo a apresentação da obra.
Constituindo o espetáculo a jornada de Zarolho através "destas vozes em conflito", o clímax atinge-se quando, através da presença e da ação da Criança, surge uma nova forma de ser: o poeta Zarolho torna-se num "simples homem", "vazio de si mesmo" e que "pode finalmente conectar-se com outros seres humanos de forma autêntica, através do mato simples e ancestral de contar histórias".
"Descobridores do Amor" fica em cena na sala Mário Viegas até 28 de setembro, com récitas de quarta-feira a sábado, às 19h30, e, ao domingo, às 16h00.
A sessão de dia 16 tem interpretação em Língua Gestual Portuguesa, e as récitas de dias 26 e 28 têm audiodescrição.
O figurinista da peça é Roselyn Silva, enquanto a montagem musical é de Nguila Wa Kwamba.
Na investigação associada à obra está Paulo Barriga, na assistência de encenação, Ramadane Matusse e, no registo vídeo, Bruno Canas.
A peça "Descobridores do Amor" é uma produção conjunta dos teatros Aveirense (Aveiro), José Lúcio da Silva (Leiria), Virgínia (Torres Novas) e São Luiz Teatro Municipal de Lisboa.
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