Novo governo de esquerda do Sri Lanka mantém acordo com FMI

O novo governo de esquerda do Sri Lanka concordou em manter o acordo alcançado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) antes de chegar ao poder, que envolve um severo programa de austeridade, anunciou hoje o FMI.

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Lusa
23/11/2024 12:26 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

Sri Lanka

"As autoridades estão empenhadas em manter o programa", declarou o chefe da equipa do FMI, Peter Breuer, após as conversações com o novo Governo em Colombo, a capital do país so sul da Ásia, citado pela agência francesa AFP.

 

Breuer disse ser essencial manter a dinâmica das reformas "para preservar os ganhos duramente obtidos com o programa" e colocar a economia numa "trajetória sustentável e de crescimento estável e inclusivo".

O Sri Lanka poderá agora libertar uma nova parcela de 333 milhões de dólares (319 milhões de euros, ao câmbio atual), sujeita à aprovação do Conselho de Administração do FMI, até ao final do ano.

A economia do Sri Lanka entrou em colapso em 2022, o que levou o Governo a não pagar a dívida pública, calculada na altura em 46 mil milhões de dólares (44 mil milhões de euros).

O país de cerca de 22 milhões de habitantes ficou sem divisas, o que provocou a escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos para a população.

Várias semanas de protestos populares contra a escassez de bens e a inflação levaram à queda do então Presidente, Gotabaya Rajapaksa, em julho de 2022.

Em troca de uma ajuda de 2,9 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) do FMI, o seu sucessor, Ranil Wickremesinghe, aumentou os impostos, reduziu a despesa pública e prometeu reestruturar cerca de 50 empresas públicas.

O novo Presidente, Anura Kumara Dissanayake, que iniciou o mandato em setembro, apoiou o pacto de 2023 com o FMI que tinha prometido renegociar, em nome do realismo económico.

Dissanayake, 55 anos, líder do partido Poder Popular Nacional, é o primeiro Presidente de esquerda da história do Sri Lanka, que se tornou independente do Reino Unido em 1948.

"Não é altura de discutir se os termos [do acordo com o FMI] são bons ou maus, se o acordo nos é favorável ou não. O processo demorou cerca de dois anos e não podemos começar tudo de novo", disse Dissanayake ao Parlamento.

Em outubro, Dissanayake obteve um empréstimo de 200 milhões de dólares (191 milhões de euros) do Banco Mundial.

Também aprovou um acordo assinado pelo antecessor em setembro com os credores privados do país para reestruturar uma dívida de 12,5 mil milhões de dólares (11,9 mil milhões de euros) em obrigações soberanas.

Leia Também: FMI diz que é demasiado cedo para estimar impacto das políticas de Trump

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