O ministro da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, anunciou, esta quarta-feira, que o Governo vai criar o cargo de Diretor de Sistemas e Tecnologias de Informação da Administração Pública para assegurar "que todos os sistemas informáticos da administração pública conversam entre si".
Um plano que, de acordo com o que revelou o governante no podcast 'Política com Assinatura', da Antena 1, "até ao final do ano está em marcha e curso".
"Porque é que vamos a uma repartição e pedem os documentos? Não é por má vontade do funcionário que está lá sentado. É porque essa pessoa não tem acesso às informações e aos documentos que precisa para tomar decisões e, por isso, é que a vai pedir. Mas o Estado tem a obrigação legal, está na lei, foi um Governo do PSD que colocou na lei, a obrigação de não solicitar às pessoas documentos que já tem", explicou.
Para Gonçalo Martins a reforma do Estado deve, acima de tudo, assentar na simplificação.
"A burocracia cria o caldo necessário para a corrupção, a corrupção alimenta-se da burocracia", atirou, estimando que as burocracias custam a Portugal "10 mil milhões de euros".
"Não há nenhum objetivo de despedimento"
Durante a mesma entrevista, o ministro prometeu que a reforma do Estado não passa por despedir funcionários públicos. "Não há nenhum programa nem nenhum objetivo de despedimento de funcionários públicos", assegurou, adiantando que, se algum serviço tiver demasiados trabalhadores, "o que se pode fazer é uma revalorização dessas pessoas e uma realocação dessas pessoas".
Para Gonçalo Matias a proposta do Governo "não é implodir o Estado, não é fazer tábua rasa, também não é fazer cosmética".
A ideia, contou, é entrar no Estado, olhar para ele e perceber quais são as entidades que devem ser extintas e as que devem ser alvo de fusão.
"Não pretendemos destruir o Estado, o que não pode acontecer é o Estado afogar as pessoas e as empresas em burocracia, nem se atrapalhar a ele próprio", concluiu.
Leia Também: Vem aí reforma do Estado. Ministro faz salvaguarda sobre "despedimentos"