"Este é um dia negro para [o TPI], que perdeu toda a legitimidade para existir e atuar", afirmou o chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, nas redes sociais, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
O TPI emitiu hoje mandados de captura contra Netanyahu, Gallant e o chefe do braço armado do Hamas, Mohammed Deif, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, segundo um comunicado divulgado pelo tribunal com sede em Haia, nos Países Baixos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita disse que o TPI emitiu "ordens absurdas sem ter autoridades para o fazer".
O TPI "comportou-se como um brinquedo político ao serviço dos elementos mais extremistas que trabalham para minar a segurança e a estabilidade no Médio Oriente", acrescentou Saar.
Também o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, da extrema-direita, reagiu à decisão do TPI, que qualificou como "uma vergonha sem precedentes".
"O Tribunal Penal Internacional de Haia prova mais uma vez que é antissemita até ao tutano", afirmou Ben Gvir nas redes sociais.
A decisão do TPI foi saudada pelo grupo extremista palestiniano Hamas, que está em guerra com Israel na Faixa de Gaza desde outubro de 2023.
"A justiça internacional está connosco contra a entidade sionista", afirmou o Hamas num comunicado citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
Izzat al-Rishq, membro do gabinete político do Hamas, disse que a decisão do TPI expõe "a verdadeira face terrorista" de Israel em benefício dos palestinianos, cuja causa e objetivo de libertação "são inevitáveis".
O procurador do TPI Karim Khan pediu, em maio, ao tribunal que emitisse mandados de captura para Netanyahu e Gallant (que foi demitido no início de novembro), alegando crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
Khan solicitou ainda mandados de detenção para altos dirigentes do Hamas, incluindo Mohammed Deif, por suspeita de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Segundo Israel, Deif foi morto num ataque a 13 de julho no sul de Gaza, embora o Hamas negue a sua morte.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que causou mais de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo Israel.
O exército israelita respondeu no dia seguinte com uma ofensiva em Gaza que matou, desde então, mais de 44.000 pessoas, de acordo com as autoridades do enclave governado pelo Hamas desde 2007.
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