Numa mensagem divulgada nas redes sociais, o exército sudanês afirmou que "limpou todo o território da pátria da milícia terrorista das FAR", um texto que acompanhou vídeos partilhados por oficiais e soldados das Forças Armadas que confirmavam o domínio sobre a localidade.
Segundo a agência de notícias Efe, que cita fontes militares, o exército "controlou os acessos de entrada e saída de Sinja, depois de batalhas ferozes contra as FAR, que utilizaram drones e artilharia".
As mesmas fontes acrescentaram que avançaram em direção a zonas a leste da cidade, em direção a Al Dali, Al Mazmum e Abu Heyar para as recuperar.
Até ao momento, os paramilitares não se pronunciaram, embora não seja a primeira expulsão que sofrem de um dos territórios conquistados na região, uma vez que no final de outubro, o exército expulsou-os da cidade vizinha de Al Dandar, também no estado de Sennar.
Em setembro, o exército assumiu o controlo de Ruru e Jagalni, duas áreas da região do Nilo Azul, no sudeste do país, e expulsou os restantes elementos da FAR, após intensos confrontos.
Segundo a mensagem hoje divulgada, a "libertação da cidade" de Singa é "um dos avanços mais notáveis das últimas semanas" na guerra que assola esse país africano desde abril de 2023.
Pouco depois do anúncio do exército, o ministro da Informação, Jaled Ali al Aasar, confirmou a recuperação da cidade, em nome do Governo sudanês, um executivo ao serviço das forças militares liderado por o general Abdelfatá al Burhan.
As FAR anunciaram, em 29 de junho, que tinham assumido o controlo de Singa, após uma ofensiva relâmpago em todo o estado, o que provocou a saída de quase 150.000 pessoas, horas antes de os paramilitares tomarem conta da cidade.
Horas depois, o exército desmentiu que a cidade tivesse sido conquistada por completo por os milicianos e, desde então, tem estado em disputa entre os dois lados, com a população, cerca de 250.000 pessoas, no meio das hostilidades.
A guerra iniciou em 15 de abril de 2023, devido ao desentendimento entre o exército sudanês e as FAR sobre a inclusão de paramilitares no poder, sugerido após o golpe de Estado de 2021 e que acabou com a tentativa de democratização do país, após a queda do ex-presidente Omar al Bashir, em 2019.
No entanto, os paramilitares continuam presentes nas cidades ocidentais de Al Dandar, Karkoch, Al Dali e Al Mazmum, adjacentes ao Sudão do Sul.
Desde o início do conflito, dezenas de milhares de pessoas morreram e mais de 11 milhões foram forçadas a abandonar as suas casas, tornando o Sudão o cenário da pior crise de desalojados do planeta, segundo as Nações Unidas (ONU).
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