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Gaza. Meloni condena "reação desproporcional" e homicídio de jornalistas

A primeira-ministra italiana condenou hoje a "reação desproporcional" de Israel em Gaza, que fez "muitas vítimas inocentes", e o "assassinato injustificável" de jornalistas, reiterando apelos ao cessar-fogo e fim de expansão dos colonatos na Cisjordânia.

Gaza. Meloni condena "reação desproporcional" e homicídio de jornalistas

© Antonio Masiello/Getty Images

Lusa
27/08/2025 13:25 ‧ há 8 horas por Lusa

Intervindo na 46.ª edição do Encontro de Rimini, um fórum que se realiza anualmente no final de agosto nesta cidade localizada na costa adriática e que marca a 'rentrée' política em Itália, Giorgia Meloni começou por focar as atenções na política externa e na situação geopolítica atual, enaltecendo o papel de Itália nos conflitos no Médio Oriente e na guerra na Ucrânia.

 

Relativamente à situação no Médio Oriente, lembrou que Roma não hesitou "nem por um minuto em apoiar o direito de Israel à autodefesa após o horror de 07 de outubro" de 2023, data do ataque do Hamas a território israelita, e voltou a pedir a libertação dos reféns raptados nesse dia e que ainda se encontram na Faixa de Gaza, mas deplorou a brutalidade da resposta israelita.

"Ao mesmo tempo, não podemos ficar calados agora diante de uma reação que foi além do princípio da proporcionalidade, ceifando muitas vítimas inocentes e chegando a envolver também as comunidades cristãs", apontou.

A líder do Governo de direita radical condenou também "o assassinato injustificável de jornalistas, um ataque inaceitável à liberdade de imprensa e a todos aqueles que arriscam as suas vidas para relatar a tragédia da guerra", dois dias depois de cinco jornalistas terem sido mortos num ataque a um hospital.

Meloni reivindicou "o papel desempenhado pela Itália nesta crise", notando que se trata do "primeiro país não muçulmano envolvido em evacuações sanitárias de Gaza".

"Há quem redija moções e há quem salve crianças. Tenho orgulho de fazer parte do segundo grupo", disse, reiterando o apelo a Israel para que permita o acesso à ajuda humanitária.

Sobre o outro grande conflito no qual Itália tem tentado desempenhar um papel de revelo, a guerra na Ucrânia motivada pela invasão em grande escala pela Rússia em fevereiro de 2022, Meloni também se manifestou "orgulhosa" por "a principal proposta atualmente em cima da mesa" a nível de garantias de segurança para Kiev ser "italiana", referindo-se à sugestão de ser alargada proteção com base no artigo 5,.º da NATO, mesmo sem a Ucrânia fazer parte da Aliança.

"Finalmente, após três anos e meio em que a Rússia não deu qualquer sinal de diálogo, exigindo simplesmente a capitulação de Kiev, abriram-se perspetivas para um caminho de negociação, perspetivas que foram possíveis graças a uma iniciativa do Presidente dos Estados Unidos [Donald Trump], mas ainda mais graças à resistência heróica do povo ucraniano e ao apoio unânime que a Europa e a Itália garantiram, apesar de uma opinião pública nem sempre convencida", disse.

Segundo Meloni, "a Itália recuperou o lugar que lhe cabe no mundo, não é mais considerada o 'doente' da Europa", desempenhando agora um "papel pragmático e proativo" no cenário internacional e no seio da União Europeia (UE).

Relativamente à UE, Meloni juntou-se às vozes que concordam com a advertência deixada pelo antigo primeiro-ministro italiano e ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que, na sua intervenção no primeiro dia do Encontro de Rimini, considerou ter sido este o ano em que a UE viu desaparecer a ilusão de que a dimensão económica do bloco lhe conferia peso geopolítico no mundo.

De acordo com a primeira-ministra italiana, a UE "parece cada vez mais condenada à irrelevância geopolítica, incapaz de responder eficazmente aos desafios de competitividade colocados pela China e pelos Estados Unidos, como Mario Draghi salientou acertadamente há alguns dias neste palco".

"A UE deve partir de uma visão política apaixonada. Deve reduzir a burocracia e apoiar a competitividade das empresas. Para além do debate enfadonho, a Europa deve, de forma pragmática, fazer menos e melhor", sustentou.

Leia Também: Chefe da diplomacia jordana acusa Israel de "matar perspetivas de paz"

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