O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou, esta quinta-feira, que a "última palavra" quanto ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) será sua, ainda que tenha ressalvado que "tudo" o que disser sobre o tema "não ajuda, desajuda".
"A última palavra sobre o OE é do Presidente, mas a palavra que é fundamental é da Assembleia da República (AR), é dos partidos políticos, e este é o tempo deles", disse o chefe de Estado, em declarações à imprensa.
Marcelo rejeitou ainda pronunciar-se tanto quanto ao anúncio da posição do Partido Socialista (PS), que deverá ocorrer na segunda-feira, como à possibilidade de o país estar "mais perto de ver um OE viabilizado", já que, na sua ótica, "tudo o que Presidente diga não ajuda, desajuda".
"Não mudei o que acho que é bom para o país, não mudei o que penso da possibilidade de isso acontecer, mas não devo dizer nada, nada, nada, nada", complementou.
O responsável esclareceu também que decidiu não realizar uma segunda reunião do Conselho de Estado por falta de "dados novos" sobre o documento.
"O segundo Conselho de Estado era para se pronunciar especificamente sobre o OE e, para isso, era muito importante que houvesse dados novos além dos que foram discutidos no último Conselho de Estado. Não sendo assim, o Conselho de Estado não vai reunir para voltar a ouvir as posições anteriormente expressas. Pareceu-me sensato", disse.
Questionado quanto às acusações mútuas entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o presidente do partido de extrema-direita Chega, André Ventura, no que diz respeito aos alegados encontros mantidos entre ambos os líderes, o chefe de Estado recusou, uma vez mais, pronunciar-se.
"Não me pronuncio sobre o OE, menos me pronuncio sobre questões que têm que ver com as relações partidárias ou a atuação partidária no quadro do tema comum", disse.
Saliente-se que, com a atual composição do Parlamento, no qual PSD e CDS não têm maioria absoluta, o OE2025 pode ser aprovado à Esquerda, com a abstenção do PS, ou à Direita, 'à boleia' do partido de extrema-direita Chega. Ainda assim, não foi alcançado qualquer entendimento até ao momento.
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