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Do "pior do sistema" ao "radicalismo": As reações ao candidato Ventura

Apesar de considerar que é "um mau sinal para o país que o líder de oposição seja candidato a Presidente da República", André Ventura decidiu avançar para dar "voz" ao Chega. Eis as reações.

Do "pior do sistema" ao "radicalismo": As reações ao candidato Ventura

© Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues com Lusa
17/09/2025 08:41 ‧ há 7 horas por Márcia Guímaro Rodrigues com Lusa

O líder do Chega, André Ventura, revelou, na terça-feira, que vai candidatar-se a Presidente da República nas próximas eleições presidenciais. Da Esquerda à Direita, foram várias as reações à candidatura, incluindo por parte de outros candidatos presidenciais.

 

A confirmação surgiu depois de, na semana passada, ter-se mostrado disponível, se os militantes do partido assim o entendessem, apesar de considerar que seria "um mau sinal para o país que o líder de oposição seja candidato a Presidente da República".

Já no anúncio de terça-feira, Ventura justificou a sua candidatura com a necessidade de o partido "ter voz" nas eleições presidenciais.

"Serei candidato às eleições presidenciais de 2026. Serei candidato porque entendo que nas circunstâncias a que nos condicionaram não temos outra forma a não ser derrotar o sistema também nestas eleições", acrescentou, numa conferência de imprensa na sede do Chega, em Lisboa.

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Ana Teresa Banha com Lusa | 17:22 - 16/09/2025

Seguro apela a "democratas, humanistas e progressistas". António Filipe destaca "o pior do sistema"

O candidato presidencial António José Seguro reagiu ao anúncio de Ventura e considerou que, com a sua candidatura, "as coisas ficam mais claras".

"Agora as coisas ficam mais claras e os portugueses sabem o que está em causa. Renovo o apelo a todos os democratas, humanistas e progressistas para que convirjam na minha candidatura. A minha candidatura visa uma mudança em Portugal, unindo os portugueses. Há demasiada divisão, há demasiada separação", disse Seguro, em Braga, defendendo ser "contra os muros" e "a favor das pontes".

"Eu estou pela positiva nesta candidatura. Há demasiada divisão na sociedade portuguesa. Precisamos de um Presidente que une, que mobilize em torne de um projeto de esperança. É esse o meu papel", sublinhou o antigo líder do PS.

Outro candidato presidencial a reagir ao anúncio de André Ventura foi o comunista António Filipe, que destacou que a candidatura do líder do Chega representa "o pior do sistema".

"Um candidato que assenta toda a ação política na mentira reiterada, no discurso de ódio, na xenofobia e na intolerância, não é contra o sistema, é o pior do sistema. É importante que o povo português não se deixe enganar", declarou António Filipe.

O ex-deputado comunista argumentou, ainda, que a candidatura de Ventura "é uma candidatura assumidamente partidária" o que significa que "pelos vistos o partido não tem mais candidato nenhum para coisa nenhuma".

Também o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou que Ventura é mais um candidato a Presidente da República que rasga a Constituição, utilizando a "mentira e a demagogia".

"Como já havia poucos candidatos que, por vontade deles, rasgavam a Constituição, aparece mais um", afirmou.  "Mais um que não só rasga, como cospe, utilizando toda a artilharia pesada, a mentira, a demagogia".

Já o secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, afirmou que a candidatura de André Ventura a Belém deve exigir uma "tomada de consciência" sobre a "importância de apoiar alguém do campo do socialismo democrático" nas eleições presidenciais.

"É um momento que deve exigir de todos os democratas uma tomada de consciência coletiva sobre a importância de apoiar alguém do campo do socialismo democrático, quando num momento oportuno o Partido Socialista vier a tomar a sua posição, para garantirmos que os valores da democracia e os valores do Estado de direito são salvaguardados", disse.

Do lado dos sociais-democratas, o eurodeputado Sebastião Bugalho rejeitou que a candidatura de Ventura vá afetar o resultado de Luís Marques Mendes.

"Fica muito claro, que haverá uma candidatura do radicalismo, protagonizada por André Ventura, e que já há, e haverá, uma candidatura do espaço da moderação, que é a candidatura de Luís Marques Mendes. Creio que esse é um sinal que se compreende facilmente analisando ambas as candidaturas e ambos os protagonistas delas", argumentou.

Afirmando que saúda democraticamente a candidatura de Ventura, Bugalho rejeitou que possa ter algum impacto na candidatura de Marques Mendes, afirmando que "não se deixará de todo afetar por alguém que representa outros espaços políticos".

Sublinhe-se que, além de André Ventura, anunciaram candidaturas o ex-líder do PSD Marques Mendes, o ex-militar Gouveia e Melo, o ex-líder do PS António José Seguro, o ex-deputado do PCP António Filipe e a ex-líder do BE Catarina Martins.

Leia Também: André Ventura entra na corrida a Belém: "Não desejei ser candidato"

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