Quando falamos na BYD ou numa nova marca chinesa em Portugal, muitos ainda a desconhecem e outros 'torcem o nariz'. "É chinês, isso é bom?". Se recebêssemos um euro por cada pergunta deste género tínhamos tido, certamente, um almoço pago.

As dúvidas e a desconfiança em relação à BYD ainda são algumas e por isso quisemos ver de perto o que vale um dos seus modelos disponíveis no nosso país. Fizemo-nos à estrada com o BYD Atto 3 e as impressões foram muito positivas.

Para os mais desatentos, recordamos que a BYD já opera em Portugal desde maio deste ano e que só vende veículos elétricos.

O BYD Atto 3 está equipado com um motor de 204 cv e 310 Nm de binário, que o faz atingir os 100 km/h em cerca de sete segundos. A velocidade máxima é limitada aos 160 km/h. Digamos que as performances estão longe de impressionar, mas o objetivo deste Atto 3 é servir um propósito mais familiar. E nesse aspeto, parece-nos que cumpre na perfeição.

A bagageira tem 440 litros de capacidade e espaço não falta no interior. É realmente muito espaço e os bancos traseiros garantem que três passageiros não viajam apertados. E já que falamos no habitáculo, vamos aos pequenos pormenores que nos chamaram a atenção.

Com tanta oferta no mercado, somos da opinião que é preciso marcar pela diferença. E a verdade é que a BYD chama a atenção porque tem vários componentes que são diferenciados. Das cordas 'de guitarra', que servem para prender objetos na lateral da porta, ao ecrã multimédia rotativo, às saídas de ar da climatização até à alavanca da caixa estilo avião são várias as pequenas coisas que diferenciam este modelo.

A título de curiosidade, estas cordas não reproduzem realmente um som característico.

No que à autonomia diz respeito, a BYD diz-nos que pode atingir os 420 km com um consumo combinado. Não chegámos a tanto, mas conseguimos cerca de 400 km com uma única carga. A bateria (LFP), sublinhe-se, tem 60 kWh de capacidade e está situada debaixo do habitáculo, o que faz com que a posição de condução seja mais subida.

Importa referir que o Atto 3 vem equipado com uma bomba de calor de alta eficiência, o primeiro sistema de arrefecimento e aquecimento direto da indústria para baterias elétricas, que aumenta a eficiência térmica em até 20% no inverno.

Para recarregar este elétrico a 150 kW (DC), bastam 29 minutos para a bateria ir dos 30% aos 80%. Se carregar numa tomada doméstica convencional, a bateria demora um pouco mais de nove horas a ir dos 0 aos 100%.

Em termos de condução, o Atto 3 é bastante suave e não fica atrás de nenhum modelo europeu do segmento que já pudemos ter oportunidade de ensaiar. Com uma clara propensão para o conforto, a suspensão está bem regulada e existe um bom isolamento do som exterior. É verdade que preferíamos um banco com uma regulação mais eficaz, mas nem tudo pode ser perfeito. Destaque ainda para a oferta de três modos de condução: Normal, Eco e Sport. 

Tecnologia também não falta e são várias as funções que o BYD Atto 3 oferece como equipamento de série. Todos os modelos incluem Aviso de Colisão Frontal, Travagem de Emergência Autónoma, Aviso de Colisão Traseira, Alerta de Tráfego Cruzado Traseiro e Travagem de Tráfego Cruzado Traseiro, Assistência à Manutenção na Faixa de Rodagem, Assistência à Mudança de Faixa e Manutenção de Emergência na Faixa de Rodagem. 

Além disso, outras ajudas ao condutor também incluem o Sistema de Deteção do Ângulo Morto, ESP, Controlo de Tração, Controlo de Descida em Declive, Informação Inteligente dos Limites de Velocidade, sem esquecer a câmara panorâmica de 360º.

Fique com a ficha técnica abaixo e com todas as imagens do BYD Atto 3 na fotogaleria acima.

8,5

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ANÁLISE

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Acreditamos que a oferta da BYD vai fazer a diferença no mercado português pelo que vimos deste Atto 3 Design. Este modelo pauta pelo conforto e versatilidade, mas também pela diferença.

O tempo vai dizer-nos se temos razão, até porque só o tempo nos remete para a fiabilidade de um veículo. Mas, se tivéssemos que apostar, diríamos que o preconceito com os automóveis de marca chinesa precisam de acabar.

• Design
• Elementos disruptivos
• Habitabilidade

• Encosto de cabeça não regulável
• Sistema multimédia pouco intuitivo