"Como fabricante somos parte do problema. E temos de ser a solução"

Falámos com Anders Kärrberg, diretor para a Sustentabilidade da Volvo.

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Ruben Valente
06/12/2023 10:12 ‧ 06/12/2023 por Ruben Valente

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Volvo

A Volvo já traçou o seu plano e em 2030 quer estar a vender apenas automóveis 100% elétricos. Aliás, a fabricante sueca já revelou que o último carro a diesel será produzido no início do próximo ano.

A transição está em marcha e numa altura e que tanto se fala em sustentabilidade quisemos saber quais os planos da marca para o futuro, a curto e médio-prazo.

Falámos com  Anders Kärrberg, diretor para a Sustentabilidade da Volvo, que nos explicou melhor quais os próximos passos da marca escandinava.

A Volvo pretende ser climaticamente neutra até 2040 e reduzir as emissões de CO2 por automóvel em 75% entre 2018 e 2025. De que forma é que isto pode ser possível?

Voltando a 2019, nós lançámos um dos mais ambiciosos planos climáticos na indústria automóvel. Porquê? Porque reconhecemos que como fabricante somos parte do problema e devemos ser parte da solução. Isto inclui ser uma empresa automóvel totalmente elétrica até 2030 e neutra em carbono em 2040. Reduzir as emissões de CO2 por carro até 75% é fundamental para a nossa transição e isso irá requerer significativas reduções nos sistemas de escape, cadeia de fornecimento e nas emissões operacionais. Já estamos a fazer aquilo que é preciso ser feito.

Sabemos que um elétrico não polui quando já se encontra nas mãos de um cliente. Porém, quando é que a Volvo planeia que a produção nas fábricas seja totalmente livre em carbono, se é que isso é possível num futuro próximo?

A nossa ambição é ter operações de produção globais com impacto neutro até 2025. Já estamos a trabalhar muito nisso. Tanto que 69% das nossas operações já foram alimentadas por energia neutra em 2022. Desde então, nós recentemente atingimos 100% de eletricidade neutra em cada uma das nossas fábricas.

A nível de materiais utilizados, na produção de um automóvel está a ser feita uma mudança. A Volvo aposta agora em aço de poucas emissões e gostava de saber qual seria o próximo passo da empresa.

Os nossos esforços para sermos uma fabricante de automóveis apenas elétricos em 2030 continuam e isso faz com que nos lembremos que para combater a crise climática é necessário reduzir as emissões em toda a cadeia. E isso inclui a redução das emissões envolvidas na produção de materiais com utilização intensiva de carbono e difíceis de reduzir. Para a maioria dos elétricos, a produção de alumínio, baterias, aço e ferro é responsável pela maior parte das emissões de CO2.

Para além do aço, só recentemente anunciámos as nossas ambições de incentivar a produção de alumínio com emissões muito reduzidas. Em breve estaremos também a produzir as nossas próprias baterias em conjunto com a Northvolt, debaixo do nome NOVO Energy, proporcionando-nos a possibilidade de produzir baterias elétricas com ambições sustentáveis.

Os automóveis a combustão parecem ser coisa do passado para a Volvo. É mesmo assim?

Sim. Anunciámos que o último Volvo movido a motor diesel seria produzido no início de 2024 e assim pretendemos manter porque é a coisa certa a fazer. 

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