Segundo o El Pais, a 'cunha' continua a ser uma das principais formas de os jovens arranjarem emprego.
Segundo esta publicação, não haverá um único diretor ou empresário que não tenha recebido um currículo que lhes chegue às mãos através de uma pessoa da sua confiança.
Por norma, são familiares ou amigos a entregar os currículos de pessoas conhecidas constituindo esta técnica, ainda nos dias de hoje, a forma como 52% dos jovens, entre os 16 e os 34 anos, procuram emprego, segundo dados referentes ao 2.º trimestre de 2024 do INE espanhol.
"A recomendação direta sugere que a empresa está a aceder a um candidato que já foi avaliado informalmente por pessoas em que [o diretor] confia", defende Mónica Pérez, diretora de Estudios de Infojobs, alertando que isso não significa necessariamente que a pessoa em causa "seja a mas acertada para ocupar o posto ao qual se candidata".
O líder da empresa de logística Sending, Juan Pablo Lázaro, concorda e diz mesmo que esta prática continua "na ordem do dia".
"Tento dar uma ajuda a quem me pede, porque um estágio é como um primeiro amor: nunca se esquece", reconhece, referindo contudo, que numa altura em que o desemprego jovem na Europa atinge números preocupantes, estes devem dar o melhor nas "entrevistas de emprego e tentar procurar formas imparciais de procurar emprego".
Já Juan Gallego Martínez, socio de NTT Data, refere que é uma prática bastante comum, embora diga que na sua empresa, a estes CV é dada a oportunidade de integrar o processo de recrutamento como outra pessoa qualquer, devendo depois cada um dar o seu melhor para chegar ao cargo.
Segundo o El Pais esta prática é sobretudo usada em empregos onde os funcionários permanecem durante pouco tempo, preferindo os empregadores acelerar o processo de recrutamento com base em recomendações.
Leia Também: O dilema de fechar portas a imigrantes e a falta de quadros em Portugal