Os trabalhadores da Trust in News (TIN) estiveram reunidos em plenário, esta segunda-feira, dia 18 de novembro, e "apelam ao apoio de toda sociedade, incluindo de potenciais investidores dispostos a ajudar a preservar títulos de informação relevantes e a garantir os postos de trabalho".
"Os trabalhadores da Trust in News (TIN) não vão baixar os braços e decidiram tornar pública a sua luta face ao imobilismo da administração, ao aumento da dívida, ao perpetuar dos salários em atraso, ao chumbo do Processo Especial de Revitalização (PER) e à iminente insolvência", pode ler-se no comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Para além do apelo, os trabalhadores solicitam "ao acionista e administrador da TIN, Luís Delgado, o pagamento da totalidade dos salários e subsídios em atraso (alguns salários de setembro, salários de outubro, subsídios de férias, cinco subsídios de alimentação e outras remunerações)".
Pedem ainda no mesmo comunicado que seja feita "a partilha, com caráter de urgência, de toda a informação disponível sobre o projeto de recuperação da empresa que pretende apresentar aos credores, no seguimento do pedido de insolvência por recuperação" e informam que serão agendadas ações de protesto como forma de sensibilizar "a sociedade civil e o poder político".
E acrescentam: "Os trabalhadores da TIN continuam comprometidos e inteiramente focados na missão de informar, com rigor e isenção, e na procura de soluções de futuro para estas publicações".
O comunicado é assinado pela Comissão de Trabalhadores da Trust in News, os delegados sindicais da Visão, o delegado sindical do Jornal de Letras, os conselhos de redação da Visão, Caras e Activa.
O Processo Especial de Revitalização (PER) da Trust in News foi reprovado a 5 de novembro, com os votos da Autoridade Tributária (AT) e da Segurança Social, depois de a administração ter informado os trabalhadores de que tal iria acontecer.
"O plano da devedora", a TIN, "encontra-se reprovado", lê-se na informação enviada ao tribunal pelo administrador judicial provisório, em 05 de novembro, que detalha que o 'chumbo' resultou dos votos dos "credores cujos créditos correspondem a 61,16% do total dos créditos reconhecidos, correspondendo a 68,03% dos votos emitidos (apurando-se a abstenção em 10,10% do total)".
Os créditos reconhecidos ascendiam a quase 33 milhões de euros (32.940.709,87 euros) e votaram contra cerca de 20 milhões de euros (20.148.007,16 euros).
Entre os credores que votaram contra o plano de revitalização estão a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), com um total de créditos reconhecidos de 8.125.545,20 euros, e o Instituto da Segurança Social (ISS), com 8.979.252,35 euros.
A empresa detém 16 títulos, entre os quais a Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Caras, Activa e TV Mais.
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