"A presidência italiana do G7 tenciona inscrever esta questão na ordem de trabalhos da próxima reunião ministerial, que se realizará em Fiuggi, de 25 a 26 de novembro [segunda e terça-feira]", declarou Meloni, cujo país assume este ano a presidência rotativa do G7 (grupo das sete maiores economias mundiais), num comunicado de imprensa.
A par do primeiro-ministro israelita, os mandados de captura emitidos pelo tribunal internacional na quinta-feira visam ainda o seu antigo ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, e o chefe do braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, Mohammed Deif, presumivelmente morto num ataque israelita no verão.
Meloni comprometeu-se ainda a "examinar mais profundamente (...) as razões que levaram a esta decisão do Tribunal Penal Internacional", razões que, segundo frisou a líder italiana, "devem ser sempre objetivas e não de natureza política".
"Um ponto permanece claro para este Governo: não pode haver equivalência entre as responsabilidades do Estado de Israel e da organização terrorista Hamas", sublinhou.
Esta clarificação por parte de Meloni surge após declarações contraditórias dos seus ministros.
O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, afirmou na quinta-feira que a Itália seria "obrigada a deter" Netanyahu e Gallant se estes viessem a Itália, enquanto o vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, líder do partido de extrema-direita Liga, disse no mesmo dia que "Netanyahu seria bem-vindo se viesse a Itália".
Por sua vez, o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, foi mais cauteloso, manifestando o apoio da Itália ao TPI, "embora recordando que o tribunal deve ter um papel jurídico e não político".
O TPI não dispõe de uma força policial para deter suspeitos, mas os seus 125 Estados-membros, incluindo o Reino Unido e os países da União Europeia (UE), são obrigados a cooperar com o tribunal.
Os Estados Unidos e Israel não são membros do tribunal internacional que julga pessoas acusadas de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 44 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
O G7 integra Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, bem como a UE.
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