Netanyahu lamenta "trágico acidente" em duplo ataque contra hospital

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou hoje "o trágico acidente" em Kahn Yunis, referindo-se a um duplo ataque das suas forças contra uma unidade hospitalar no sul da Faixa de Gaza, que matou pelo menos 20 pessoas.

Benjamin Netanyahu

© JACK GUEZ/Pool via REUTERS

Lusa
25/08/2025 19:16 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Segundo uma nota do gabinete do chefe do Governo, os militares israelitas iniciaram uma "investigação exaustiva" a estes ataques, que, entre as vítimas, provocaram a morte de pelo menos cinco jornalistas.

 

O primeiro ataque atingiu o último andar de um edifício do Hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis, no sul do território.

Minutos depois, quando jornalistas e equipas de resgate acorriam ao local, um segundo projétil atingiu o local, descreveu Ahmed al-Farra, chefe do departamento de pediatria do Hospital Nasser.

Os ataques foram condenados pela generalidade da comunidade internacional, incluindo vários países ocidentais, agências das Nações Unidas e organizações de defesa dos jornalistas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu uma investigação rápida e imparcial.

Na nota hoje divulgada pelo seu gabinete, Netanyahu afirma que "Israel valoriza o trabalho dos jornalistas, dos profissionais de saúde e de todos os civis".

Posteriormente, foi divulgada a morte de um sexto jornalista, atingido a tiro pelo Exército israelita em al-Mawasi, também no sul da Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, controladas pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

"A nossa guerra é contra os terroristas do Hamas. Os nossos objetivos conjuntos são derrotar o Hamas e trazer os nossos reféns de volta para casa", afirmou ainda o primeiro-ministro israelita, a respeito dos objetivos que traçou para o conflito.

O porta-voz militar israelita, Effie Defrin, também comentou que o Exército não tem civis como alvos e confirmou uma investigação interna aos ataques.

Ao mesmo tempo, dirigiu a acusação recorrente ao Hamas de se esconder entre os civis, apesar de não ter referido se Israel tinha indicações da presença de combatentes palestinianos durante os ataques ao hospital.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou numa mensagem na rede X que o ataque resultou em mais 50 feridos, incluindo doentes em estado crítico.

A estação televisiva al-Jazeera e as agências de notícias Reuters e Associated Press expressaram choque e tristeza pela morte de jornalistas que colaboram com estes órgãos na Faixa de Gaza nestes ataques.

O Hamas afirmou pelo seu lado que demonstram "o desprezo" de Benjamin Netanyahu e do "governo terrorista" que lidera pelo Direito internacional.

Com este "novo massacre", as forças israelitas pretendem intimidar os jornalistas para que não relatem a "limpeza étnica" e a crise humanitária em que o enclave palestiniano está mergulhado, acrescentou o Hamas, em comunicado.

O caso ocorre numa fase do conflito em que Israel iniciou os seus planos de ocupar a Cidade de Gaza e expulsar centenas de milhares dos seus habitantes para o sul do território.

Ao mesmo tempo, Israel reafirmou o seu propósito de erradicar o Hamas e de recuperar os reféns que as milícias palestinianas conservam na sua posse, antes de desalojar o grupo islamita do poder no território, que ficaria entregue a uma administração civil de gestores árabes.

O conflito no enclave foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 62 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

Leia Também: Netanyahu denuncia "mentira descarada" da ONU sobre fome em Gaza

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