Um homem foi detido pelo crime de violência doméstica, em Portalegre, por ter um "comportamento muito controlador e ciumento" para com a companheira, chegando a controlar as suas amizades, redes sociais e até a incentivar as filhas menores a insultar a própria mãe. No entanto, após ser presente a tribunal, ficou em liberdade.
Segundo a Procuradoria da República da Comarca de Portalegre, "na sequência de emissão de mandado de detenção de flagrante delito, o Ministério Público apresentou, no dia 1 de julho, a primeiro interrogatório judicial, um arguido indiciado da prática de um crime de violência doméstica".
"Desde o verão de 2018 e maio de 2025, a vítima e o arguido viveram em condições análogas às dos cônjuges, partilhando a mesma habitação", lê-se na nota, publicada esta sexta-feira.
Segundo a procuradoria, "desde o início da relação, o arguido consumia bebidas alcoólicas em excesso e, em razão disso, sempre adotou um comportamento muito controlador e ciumento relativamente à vítima, opondo-se, por exemplo, a que esta fosse ao cabeleireiro ou à manicura".
Além disso, o homem controlava o telemóvel da vítima e tinha acesso ao código de desbloqueio para ver "todas as mensagens e contactos efetuados e recebidos" e chegou a "bloquear pessoas amigas da vítima nas redes sociais".
"Era também uma prática comum do arguido insultar a ofendida no interior da residência e em frente às filhas, bem como incentivar as filhas menores a insultar a mãe, tendo mesmo chegado a agredir a vítima", indicou a procuradoria.
Após ser presente a interrogatório judicial, o homem ficou em liberdade e sujeito às medidas de coação de "proibição de se aproximar da ofendida, da sua residência e do seu local de trabalho, num raio de 300 metros, medida essa que deverá ser controlada através de meios técnicos de controlo à distância".
Está ainda proibido de contactar a ofendida por qualquer meio ou por interposta pessoa e de adquirir ou deter armas, devendo entregar as que detenha em posto policial.
O homem ficou também sujeito a apresentações periódicas, uma vez por semana em posto policial, e terá de sujeitar-se a "tratamento à problemática do álcool nomeadamente submetendo-se a consulta médica e a subsequente tratamento médico que venha a ser considerado necessário".
A investigação é dirigida pelo Ministério Público de Portalegre.
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A violência doméstica é crime público e denunciar é uma responsabilidade coletiva. Se precisar de ajuda ou tiver conhecimento de alguma situação de violência doméstica participe:
- No Portal Queixa Eletrónica, em queixaselectronicas.mai.gov.pt;
- Via telefónica, através do número de telefone: 112;
- No Posto da GNR mais próximo à sua área de residência, tendo os nossos contactos sempre à mão em www.gnr.pt/contactos.aspx;
- Na aplicação App MAI112 disponível e destinada exclusivamente aos cidadãos surdos, em http://www.112.pt/Paginas/Home.aspx;
- Na aplicação SMS Segurança, direcionada a pessoas surdas em www.gnr.pt/MVC_GNR/Home/SmsSeguranca.
- Através do e-mail da PSP: "violenciadomestica@psp.pt"
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