PGR? "Quando metidos num buraco, o melhor é não continuar a escavar"

O antigo primeiro-ministro José Sócrates acusou hoje o procurador-geral da República de desonestidade ao desmentir ter dito que o julgamento da Operação Marquês era uma oportunidade para provar a sua inocência.

José Sócrates, carro

© Reuters

Lusa
04/07/2025 18:10 ‧ há 6 horas por Lusa

País

Operação Marquês

"O senhor procurador declarou que 'precisamos dar oportunidade ao engenheiro Sócrates de provar a sua inocência'. Agora, diz que não disse o que disse: 'Eu não disse que o engenheiro José Sócrates tinha de provar o que quer que seja'. A primeira declaração é irresponsável; a segunda é desonesta", considerou hoje José Sócrates, numa declaração enviada à Lusa.

 

Na breve reação às explicações de hoje do procurador-geral da República, Sócrates deixou ainda um conselho a Amadeu Guerra: "Quando metidos num buraco, o melhor é não continuar a escavar".

O procurador-geral da República disse hoje que as suas declarações foram mal interpretadas, que nunca disse que José Sócrates tinha de provar a sua inocência, mas sim que o julgamento é o local próprio para a prova de inocência.

"Eu não disse que o engenheiro José Sócrates tinha que provar o que quer que seja, nem tinha que provar a sua inocência, eu não referi isso, disse que haveria uma oportunidade em julgamento para fazer a prova de inocência. Só isso. Para se provar a inocência, ele fará, se quiser. Se os factos que o Ministério Público invoca não se provarem, não é preciso mais nada", explicou Amadeu Guerra a propósito de declarações suas proferidas ao jornal Observador há uma semana.

O procurador-geral da República falava hoje aos jornalistas no Tribunal de Almada, no âmbito de uma visita de trabalho à Comarca de Lisboa.

José Sócrates criticou as declarações de Amadeu Guerra ao Observador quando disse que se deveria "dar oportunidade a Sócrates para provar a sua inocência", tendo apresentado um pedido de recusa do procurador-geral da República no âmbito do processo Operação Marquês, cujo julgamento se iniciou na quinta-feira.

Para o ex-primeiro-ministro, Amadeu Guerra coloca o ónus da prova no cidadão, que tem de provar a sua inocência, em vez de ser o Estado a provar a culpa.

Onze anos após a detenção de José Sócrates no aeroporto de Lisboa, arrancou na quinta-feira o julgamento da Operação Marquês, que leva a tribunal o ex-primeiro-ministro e mais 20 arguidos e conta com mais de 650 testemunhas.

Estão em causa 117 crimes, incluindo corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, pelos quais serão julgados os 21 arguidos neste processo. Para já, estão marcadas 53 sessões que se estendem até ao final deste ano, devendo no futuro ser feita a marcação das seguintes e, durante este julgamento serão ouvidas 225 testemunhas chamadas pelo Ministério Público e cerca de 20 chamadas pela defesa de cada um dos 21 arguidos.

Leia Também: "Não culpem o Ministério Público" por atrasos na Operação Marquês

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