Questionado sobre a atual situação relativa ao processo de confirmação, pelo PE, do novo Colégio de Comissários, o líder da delegação do PSD no PE (onde integra o PPE), Paulo Cunha sublinha a determinação em ter a nova Comissão aprovada a tempo.
"E, em todo o processo, estaremos sempre do lado da solução. Trata-se de uma questão de responsabilidade institucional. Os canais de comunicação foram abertos, estão abertos e vão manter-se abertos", referiu Cunha, em declarações à Lusa.
Os seis candidatos a vice-presidentes-executivos fizeram, na terça-feira, as audições prévias, respondendo a questões dos eurodeputados das comissões parlamentares avaliadoras.
A comissária indigitada por Espanha, Teresa Ribera (S&D), e o de Itália, Rafaelle Fitto (indicado pelo governo de direita que integra o grupo ECR), são os que originaram maiores debates.
O candidato húngaro para a Saúde e para o Bem-Estar Animal, Oliver Várhelyi, também ainda não foi aprovado, necessitando de uma maioria de dois terços em comissão.
Questionada pelo adiamento das votações das audições dos candidatos a vice-presidentes executivos, a líder da delegação socialista no PE, Marta Temido, salientou à Lusa que o PPE e o seu presidente, Max Weber, "colocaram, mais uma vez, em causa um acordo entre as forças democráticas europeias relativamente à escolha do colégio de Comissários".
"É uma atitude profundamente irresponsável", dado o enquadramento geopolítico, adiantou Temido, cujo partido é membro do grupo S&D, salientando competir ao PPE a clarificação do "impasse".
Paulo Cunha, entretanto, considerou que "os Governos têm legitimidade para apresentar os seus candidatos, o Parlamento Europeu tem a obrigação de avaliar as condições de cada um para o exercício do cargo".
As avaliações dos seis candidatos a vice-presidentes e a do húngaro deverão ser divulgadas antes de quarta-feira e a aprovação final global está agendada para a última semana de novembro, em Estrasburgo, a tempo da posse da nova Comissão, na qual a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, terá a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.
O analista político e professor de Direito Europeu na Universidade de Paris Alberto Alemanno referiu, também em declarações à Lusa, que "o impasse de última hora sobre a [Comissão Von der Leyen] vdl 2.0 revela tudo o que está errado na política da UE".
Allemanno referiu, nomeadamente o facto de o "voto dos cidadãos nas eleições para o Parlamento Europeu não determinar a orientação política da Comissão Europeia".
Por outro lado, disse, "os principais partidos da UE, desde o S&D até aos Liberais e aos Verdes, deveriam ter pedido ao PPE um acordo de coligação", defendendo que ainda podem fazê-lo antes das próximas votações.
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