Autárquicas. CDS-PP não é "custo de oportunidade" em coligações

O presidente do CDS-PP defendeu hoje que o partido não será um "custo de oportunidade" em coligações nas eleições autárquicas do próximo ano e considerou que "foi fundamental" para alcançar vitórias.

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Lusa
19/11/2024 23:46 ‧ ontem por Lusa

Política

Autárquicas

"Não acho desejável nenhuma estratégia em que o CDS possa ser o custo de oportunidade, no sentido que o CDS vale por si e o CDS foi fundamental para em coligações, ou mesmo nessa candidatura independente, se conseguirem vitórias. E o peso do CDS não é um custo de oportunidade, não é propriamente negociável, pelo que o CDS avaliará em cada caso um projeto e em cima desse projeto uma decisão", afirmou Nuno Melo quando questionado sobre a possibilidade de incluir outros partidos, como a IL, na coligação em Lisboa.

 

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do Conselho Nacional, o líder do CDS-PP recusou antecipar alguma decisão a esse respeito e também não confirmou se a coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) se repetirá em 2025, salientando que o CDS é um "partido de corpo inteiro" e que "vale por si".

"Não vale por comparação com nenhum outro, nem é negociável em função de qualquer outro. Isso é bom que certamente todos tenham como muito claro, porque o CDS existe como partido que não receia ir a votos em nenhuma circunstância" e "deseja em eleições autárquicas aquilo que seja melhor para cada população e cada concelho", referiu.

O presidente do CDS-PP afirmou que é importante "que se tenha noção de que quando o CDS tem sucesso e ajuda ao bom governo de um concelho, deve ser tido em conta por esse desempenho e pelo seu valor, e esse não é prescindível em razão do que seja, nomeadamente de qualquer outra força política".

Nuno Melo reiterou que o objetivo do partido nas próximas eleições autárquicas é manter a sua representatividade ou crescer.

"O CDS vai lutar para manter as câmaras municipais que neste momento lidera, vai lutar para conquistar algumas outras e encarará as eleições autárquicas, como sempre fez, em listas próprias, em coligações e num ou noutro caso, excecionalmente, também apoiando candidaturas independentes", indicou, referindo que o partido quer ter os processos fechados o mais rapidamente possível.

O presidente do CDS-PP indicou que o processo de escolha dos candidatos caberá numa primeira fase às estruturas concelhias e distritais. Apesar da insistência dos jornalistas, Melo não quis adiantar qual a estratégia para os dois maiores municípios, Lisboa e Porto (onde apoiou o independente Rui Moreira, que chegou ao limite de mandatos e não poderá recandidatar-se a presidente da Câmara).

Sobre os candidatos a Lisboa (por exemplo o vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia, era mais próximo da anterior liderança do partido), o líder do partido recusou adiantar escolhas, dizendo que não se substitui aos órgãos próprios e que essa discussão vai acontecer primeiro na estrutura concelhia e só depois chegará aos órgãos nacionais. 

Questionado se a possibilidade de uma coligação no Porto, Melo disse que "poderá haver tudo aquilo que, não violando as orientações nacionais do CDS, as comissões políticas concelhias queiram".

O Conselho Nacional do partido esteve reunido esta noite durante pouco mais de uma hora na sede, em Lisboa, e aprovou, por unanimidade, o regulamento para as próximas eleições autárquicas. O documento refere que as candidaturas são propostas pelas comissões políticas concelhias e ratificadas pelas distritais, mas no que toca às capitais de distrito e nos concelhos com mais de 90 mil eleitores as candidaturas aos órgãos autárquicos, bem como o primeiro nome a indicar pelo CDS-PP a cada órgão, serão aprovadas pela Comissão Executiva, por proposta do presidente do partido, após audição das respetivas estruturas locais.

Atualmente, o CDS-PP preside a seis câmaras municipais e governa mais de 40 em coligação.

O Conselho Nacional elegeu ainda Vasco Pinto como coordenador da comunicação da Comissão Executiva, depois da demissão de Tomás Amaro Monteiro "por motivos pessoais". Foram eleitos também Vítor Pereira como coordenador autárquico nacional adjunto e José Augusto Morais Silva de Almeida e Costa e Patrícia Pinto Felizes Figueiredo para vogais do Conselho Nacional de Jurisdição.

Leia Também: PS quer que fim de corte dos salários dos políticos só se aplique a mandatos futuros

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