Melhor despedida não era possível. O Sporting visitou e derrotou, este domingo, o Sporting de Braga, por 2-4, numa partida em que chegou a parecer estar condenado à derrota... antes de Rúben Amorim dar um 'murro na mesa' e baralhar tudo.
Foi uma equipa verde e branca a 'transpirar' ansiedade aquela que se apresentou, no Estádio Municipal de Braga, demasiado permeável às saídas rápidas dos arsenalistas. Foi, de resto, precisamente assim que surgiu o primeiro 'susto', aos 11 minutos, quando Bruma atirou para defesa atenta de Franco Israel.
Aos 20 minutos, os homens de Carlos Carvalhal não foram tão perdulários, e chegaram mesmo ao golo, por intermédio de Ricardo Horta, num lance que promete dar (muito) que falar, dada a confusão que o antecedeu, na grande área leonina.
Ainda antes do apito para o intervalo, o internacional português voltou a fazer das suas, desta feita, na sequência de uma perda de bola de Daniel Bragança, no meio-campo, que deixou o resto da equipa totalmente exposta ao adversário.
Pelo meio, Rúben Amorim perdeu Pedro Gonçalves, devido a lesão. Para o seu lugar, entrou Geny Catamo, que, aliado às de Jeremiah St. Juste, Conrad Harder e Hidemasa Morita, que renderam Zeno Debast, Maxi Araújo e Daniel Bragança, deram outra 'vida' aos campeões em título.
Assim que entrou, o médio japonês marcou, na recarga de uma bola à trave de Jeremiah St. Juste, dando o mote para aquilo que se seguiu. Aos 81 minutos, Gonçalo Inácio, também ele saído do banco, assistiu para o golaço de Morten Hjulmand, que repôs a igualdade.
A 'loucura' tomou conta da partida, mas, dada a 'maré' da mesma, ninguém duvidava que, mais cedo ou mais tarde, a vitória acabaria mesmo por surgir. Assim aconteceu, pelos pés de Conrad Harder, que bisou no espaço de cinco minutos e selou o resultado final.
Feitas as contas, com este triunfo, o Sporting passa a somar 33 pontos, o que o deixa na liderança isolada da I Liga, na saída para a última paragem para compromissos internacionais de 2024. O Sporting de Braga, por seu lado, é quinto classificado, com 20 pontos.
Figura
Morten Hjulmand fez jus ao cargo de capitão e apareceu, precisamente, quando o Sporting mais dele precisava. Após uma primeira parte desastrosa, o internacional dinamarquês reuniu as 'tropas' e manteve-as concentradas na tarefa. Rubricou um 'recital', no meio-campo, que coroou com um golaço, que repôs a igualdade.
Surpresa
Uma distinção que não pode ir para outro jogador que não Conrad Harder. Com um Viktor Gyokeres mais 'apagado' do que o costume, a jovem promessa entrou e, com muita personalidade, dotou a equipa de toda uma nova irreverência, que acabou por ser recompensada com dois (decisivos) golos.
Desilusão
Daniel Bragança foi a aposta de Rúben Amorim para procurar controlar o jogo com bola, mas esteve longe de ser feliz nesse capítulo. Não conseguiu dar ao Sporting a fluidez de jogo que era necessária, e ainda ficou 'mal na fotografia' no segundo golo de Ricardo Horta, com uma perda de bola em zona proibida.
Treinadores
Carlos Carvalhal: Foi um Sporting de Braga 'cirurgicamente' preparado para explorar as principais debilidades do adversário aquele que se apresentou, na Pedreira. Ricardo Horta bisou e deixou a 'porta' da vitória escancarada, mas a abordagem excessivamente cautelosa adotada na segunda parte deitou tudo a perder.
Rúben Amorim: Este Sporting foi um reflexo do momento que atravessa. Perigoso, a procurar controlar... mas sem conseguir conter tamanha ansiedade. Aí, o treinador deu uma completa 'masterclass'. Contornou as dificuldades, dotou a equipa de novas 'armas' e despediu-se com um triunfo que não merece contestação.
Árbitro
Os 'holofotes' estarão virados, sobretudo, para o golo inaugural, visto que Ricardo Horta rematou à baliza com o guarda-redes adversário, Franco Israel, estendido no relvado, após um choque com Gabri Martínez. Uma decisão, no mínimo, discutível, numa exibição de Luís Godinho que, globalmente, não merece outros grandes reparos.
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