O jovem italiano, de 36 anos, foi o escolhido para substituir o argentino Martín Anselmi, que esteve pouco mais de meio ano à frente dos 'dragões', embora sejam treinadores com perfis semelhantes, sem passado como futebolistas e com enorme admiração por Marcelo Bielsa.
Três anos mais novo do que Anselmi, Farioli também não tem um grande passado como futebolista e tem formação universitária, depois de se ter licenciado em filosofia e ciência desportiva na Universidade de Florença.
Nascido em Barga, na Toscana, e apaixonado por futebol, Farioli começou a carreira de treinador com 20 anos, como treinador de guarda-redes no Margine Coperta, cargo que depois ocupou na Fortis Juventus e no Lucchese, sempre nas categorias inferiores do futebol transalpino.
A primeira aventura no estrangeiro aconteceu em 2015/16, como treinador de guarda-redes da seleção de sub-17 do Qatar e da Academia Aspire Qatar. Terá sido aí que se cruzou com Roberto de Zerbi, que o levou para o Benevento em 2017/18.
Farioli acompanhou o compatriota durante três temporadas, uma no Benevento e duas no Sassuolo, antes de sair definitivamente, até agora, do seu país natal, e pela primeira vez sem ser como treinador de guarda-redes.
O Alanyaspor, da Liga turca, foi o destino de Farioli em 2020/21, então como adjunto do turco Cagdas Atan, mas a ambição de outros voos fez com que aceitasse o convite para se estrear como técnico principal no Karagumruk, nas últimas jornadas dessa mesma temporada.
O início da carreira de treinador foi difícil, com apenas uma vitória em sete encontros, mas acabou a época com nota positiva, graças a três triunfos nas três derradeiras jornadas.
O arranque da primeira temporada completa como treinador principal foi ainda no Karagumruk, antes de regressar ao Alanyaspor no decorrer da temporada, mas já para assumir a rédea da equipa, terminando o campeonato no quinto posto e chegando às meias-finais da Taça.
A segunda temporada no Alanyaspor, a primeira completa, foi mais complicada para Farioli, que acabou despedido ao fim de 25 encontros, nos quais venceu apenas oito, mas o momento menos positivo não assustou o Nice, que, depois de ter ficado longe da qualificação europeia na época anterior, decidiu apostar no italiano para 2023/24.
Com 17 triunfos em 28 encontros, com um arranque de sonho, em que apenas perdeu à 14.ª jornada, com um triunfo em casa do Paris Saint-Germain nesse percurso, o Nice assegurou o regresso às competições europeias, com o quinto lugar, além de ter alcançado os quartos de final da Taça.
Após uma das piores temporadas dos anos mais recentes, em que terminou o campeonato na quinta posição, a 35 pontos do campeão PSV Eindhoven, o Ajax chamou por Farioli, que melhorou e muito a equipa, mas acabou por perder, de forma dolorosa, o título.
No primeiro ano em que realmente teve a possibilidade de lutar por títulos, Farioli conseguiu que o Ajax somasse mais 22 pontos do que ano anterior no campeonato, sofresse 32 golos (menos 31 do que em 2023/24) e somasse mais nove vitórias, triunfando em todos os clássicos com PSV e Feyenoord.
Contudo, o final de temporada foi penoso e, com apenas uma vitória nas últimas cinco jornadas, permitiu que o PSV recuperasse de nove pontos de desvantagem e acabasse por celebrar o bicampeonato, com um ponto à maior sobre o clube de Amesterdão.
Menos positivas foram as prestações na Taça dos Países Baixos e na Liga Europa, provas nas quais caiu nos oitavos de final, sendo que a eliminação na competição europeia surgiu com uma goleada frente ao Eintracht Frankfurt, por 4-1, depois de já ter perdido a primeira mão, em casa, por 2-1.
Agora, para Farioli surge um novo e difícil desafio, num FC Porto ainda em remodelação, no segundo ano de André Villas-Boas como presidente, após 42 anos da liderança de Pinto da Costa.
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