Turismo desvaloriza fecho de museus e diz que país "é mais do que" Lisboa

O presidente do Turismo de Portugal desvalorizou hoje o fecho para obras de vários equipamentos culturais na capital portuguesa em 2025, quando decorre uma campanha turística focada na cultura, e frisou que o país "é mais do que" Lisboa.

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Lusa
25/11/2024 20:34 ‧ ontem por Lusa

Economia

Turismo de Portugal

"Nós temos de, em conjunto com os Museus e Monumentos [de Portugal], perceber que dificuldades existem e trabalhar para que eventuais dificuldades que existem possam ser ultrapassadas", disse à Lusa Carlos Abade, em Faro.

 

Questionado sobre as preocupações manifestadas na semana passada pelo presidente da Museus e Monumentos de Portugal (MMP) face ao facto de vários equipamentos tutelados pela empresa pública em Lisboa estarem fechados para obras em 2025, coincidindo com uma campanha turística focada na cultura, o dirigente referiu que não vê "razões para preocupação".

"Naturalmente que essa dimensão de verificar a situação dos equipamentos que existem e os que não existem é algo que evidentemente entrará naquilo que é o nosso conhecimento sobre a situação e tomaremos as devidas medidas", acrescentou o presidente do Turismo de Portugal.

Com o fecho temporário de museus em Lisboa, será preciso "dar conhecimento aos turistas que determinado equipamento possa não estar a funcionar por situações conjunturais", admitiu Carlos Abade, ressalvando que "haverá outros equipamentos culturais e haverá outras atrações, outras motivações, outras razões de visita a Lisboa e fora de Lisboa".

"Também temos de perceber que Portugal é mais do que Lisboa, sendo Lisboa bastante importante, mas é mais do que Lisboa. Aquilo que temos de assegurar é que a cultura continue a ser algo que os turistas possam naturalmente fruir de uma forma sustentável, porque isso é que lhes vai dar experiências singulares e isso é que vai trazer valor para Portugal", frisou.

Com a campanha "Portugal is Art", iniciada em outubro, a preocupação do Turismo de Portugal "é encontrar na cultura aquela dimensão de singularidade e de diferenciação que permite ao turismo em Portugal posicionar-se ao nível internacional de uma forma particularmente competitiva", afirmou Carlos Abade.

A campanha pretende destacar Portugal "como um destino onde cultura, tradição e contemporaneidade coexistem de forma única" e, "através de experiências que fundem o quotidiano com a dimensão artística", explora temáticas como enoturismo, turismo literário, gastronomia, bem-estar, surf e festivais de música, esclareceu o Turismo de Portugal em resposta à agência Lusa.

Com o objetivo de "inspirar os viajantes a descobrir um país onde viver é uma expressão de arte", os mercados alvo são o Reino Unido, Irlanda, Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, Brasil, Países Baixos e Bélgica, sendo veiculada em redes sociais, 'connected TV' e formatos de publicidade digital 'out of home', com um filme conceito e seis versões mais curtas que exploram diversos produtos turísticos.

Esta campanha específica tem um orçamento "de 1,5 milhões de euros e irá impactar cerca de 40 milhões de pessoas em todo o mundo", destacou à Lusa Carlos Abade.

Na quarta-feira, o presidente da Museus e Monumentos de Portugal (MMP) mostrou-se preocupado com o facto de vários equipamentos tutelados pela empresa pública em Lisboa estarem fechados para obras em 2025, coincidindo com uma campanha turística focada no património.

Numa audição da Assembleia Municipal de Lisboa no âmbito da elaboração do relatório "Cidade Menos Visitada", o presidente da Museus e Monumentos de Portugal (MMP), Alexandre Pais, deu conta de que em 2025, além dos já encerrados Museu Nacional de Arqueologia, Museu Nacional do Traje e Museu Nacional da Música (que deverá abrir em Mafra no próximo ano), vão também estar encerrados, pelo menos em parte do ano, o Museu Nacional do Teatro e da Dança, o Museu Nacional de Arte Antiga e o Museu Nacional do Azulejo, para obras de reabilitação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

"Estamos muito preocupados, ainda que a campanha comece para o ano, para o ano vamos ter muitos equipamentos fechados", afirmou, assinalando, em resposta aos deputados municipais de Lisboa, que não há "nenhuma estratégia, neste momento, concertada com o Turismo de Portugal para fazer face a esta questão".

Leia Também: Entradas de museus e monumentos aumentam a partir de janeiro de 2025

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