Verónica Zumalacárregui: "Sou viciada em pastéis de nata"

A apresentadora estreia esta terça-feira mais uma temporada de 'Comer Pelo Mundo', no canal Casa e Cozinha. Nos novos episódios, haverá uma passagem por Portugal. Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, revelou os pratos que mais gostou de comer por cá, do gosto pelas viagens e dos novos desafios.

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Adriano Guerreiro
22/10/2024 08:03 ‧ há 5 semanas por Adriano Guerreiro

Lifestyle

Entrevista

O gosto por viagens e pela gastronomia já é antigo. Há vários anos que Verónica Zumalacárregui percorre países com o seu programa ‘Comer Pelo Mundo’. A nova temporada estreia esta terça-feira, 22 de outubro, no canal Casa e Cozinha. Os novos episódios contam com uma passagem por Lisboa. A apresentadora não ficou indiferente ao que provou por cá.

 

"A comida portuguesa é deliciosa! Sou viciada em pastéis de nata. E a bifana, por ser algo muito simples, fascina-me", revelou em entrevista ao Lifestyle ao Minuto. Já conhecia Portugal, uma vez que vem cá várias vezes, mas conhece pouco o norte do país, algo que irá mudar em breve.

"Venho a Portugal desde os 20 anos e ainda tenho muitos locais para visitar. O [chef] Vitor Adão convenceu-me de que a minha próxima visita será ao norte de Portugal." Apesar das visitas frequentes ao país, desta vez conseguiu fazer algo que nunca tinha feito.

"O que mais gostei desta vez foi entrar nas casas, algo que nunca tinha feito nas minhas visitas anteriores", continua. Já visitou dezenas de países e espera continuar a fazê-lo com o programa (e não só). "Ainda tenho o mundo inteiro para conhecer e todas as gastronomias para experimentar."

  Notícias ao Minuto A nova temporada de 'Comer Pelo Mundo' passou por Lisboa© Comer Pelo Mundo  

Como começou esta paixão pela gastronomia e por viagens?

Gosto de viajar desde pequena. Quando era adolescente e passava os verões a aprender inglês em Inglaterra, nunca queria voltar para casa. Em relação à gastronomia, em minha casa a comida sempre foi muito boa. Os meus pais iam ao mercado todos os dias quando regressavam do trabalho para comprar os produtos mais frescos. É por isso que sempre que viajei fiz questão de experimentar a comida local.

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Este tipo de programa, com as suas paixões todas juntas, viagens e gastronomia, foi algo que sempre quis fazer?

Nunca sonhei que o meu trabalho fosse comer e viajar, até que numa viagem ao Vietname, onde fui com os meus amigos, tive uma experiência culinária com pessoas locais que me fez imaginar um programa onde pudesse unir as minhas duas paixões. Foi daí que surgiu a ideia.

Existem muitos enganos e repetições ou corre tudo bem à primeira nas gravações?

É normal fazer repetições. Muitas vezes fazemos apenas 'por precaução', para ter muitos planos ou opções diferentes. Mas, em geral, é um programa espontâneo, natural, e não tem guião. Apenas uma estrutura que podemos mudar à medida que avançamos, se encontrarmos realidades poderosas que não foram previstas.

O que mais gostei desta vez foi conseguir entrar nas casas, algo que nunca tinha feito nas minhas visitas anteriores [a Portugal]Nos episódios de 'Comer Pelo Mundo', faz-se acompanhar sempre por pessoas locais. Esta é a melhor forma de conhecer uma cidade e a sua gastronomia, através das pessoas que a vivem diariamente?

O que gosto é de conhecer a cultura por dentro, com pessoas locais, quase sempre anónimas e que não se dedicam profissionalmente à gastronomia, por que o que gostamos é de ver o que as pessoas normais comem no dia a dia, o que cozinham, como se comportam e como vivem os habitantes dos diferentes territórios do mundo.

Nesta vinda a Lisboa, com o programa, o que mais gostou na cidade?

Venho a Lisboa desde os 20 anos, por que é muito perto e é uma cidade que adoro. Sempre me senti cativada pela sua essência boémia. O que mais gostei desta vez foi conseguir entrar nas casas, algo que nunca tinha feito nas minhas visitas anteriores.

Já tinha estado em Portugal ou noutra cidade?

Conheço o Porto, o Algarve, o Alentejo, Sintra, Cascais e Viseu. Vim com companhia, família e amigos. É sempre uma viagem diferente. Cheguei a ter um namorado português durante algum tempo [risos]. Portugal é um país irmão de que gosto muito.

O que tem a dizer sobre a gastronomia portuguesa? Gostou de algum prato em particular?

A comida portuguesa é deliciosa! Sou viciada em pastéis de nata. E a bifana, por ser algo muito simples, fascina-me. O interessante de 'Comer Pelo Mundo' é que retratamos os pratos mais conhecidos no estrangeiro, como o bacalhau, mas também outros que ninguém sabe que são feitos, como a carne de porco com amêijoas, uma combinação que nunca tinha experimentado e que me pareceu muito exótica. 

Vai querer voltar a Portugal e a Lisboa?

Como disse, venho desde os 20 anos e ainda tenho muitos locais para visitar. O [chef] Vitor Adão convenceu-me que a minha próxima visita será ao norte de Portugal. E se for com ele, melhor ainda.

Já visitou mais de 40 países com o programa. Em que país não se importaria de viver e porquê?

Sinto-me confortável onde quer que vá. Tenho uma grande capacidade de adaptação e sinto-me igualmente confortável a dormir numa minúscula cápsula no Japão e num hotel de cinco estrelas nas Caraíbas mexicanas. Por isso, é comum que cada vez que visito um país diferente pense ‘podia viver aqui’. Adoro tanto ruas movimentadas e os mercados de Amã, a capital da Jordânia, como os arranha-céus de Nova Iorque. Poderia ser feliz em muitos lugares.

Tem sempre o hábito de ver os frigoríficos por onde passa. O que mais a surpreendeu do que já viu? 

O que mais me surpreendeu é a inexistência de frigoríficos. Em África, há muitas pessoas que não têm frigoríficos e que vivem do que conseguem diariamente da natureza. Sem químicos, sem processamento, tudo fresco. Fascinante.

Qual foi a coisa mais estranha que provou? 

Muitas coisas! Sopa de cão na Coreia, taco de boi no México, tartaruga na Amazónia peruana, só para dizer algumas.

E qual aquele prato que comia para o resto da vida?

A pescada à romana que a minha mãe faz, que é panada e frita. É o meu prato preferido, mas a pescada tem de ser bem fresca e tem de ser a minha mãe tem de a fazer, claro.

A paixão pela gastronomia também se revela em sua casa? Também gosta de cozinhar ou é mais de provar?

Como muito fora por causa das minhas viagens e por que, como jornalista gastronómica, tenho de experimentar novos restaurantes a toda a hora. É por isso que, quando estou em casa, gosto de preparar pratos saudáveis, para compensar tudo o que como fora. É o caso de peixe no papelote e legumes assados, como lentilhas e grão-de-bico. Depois, tenho os meus pratos estrela para quando os meus convidados chegam a casa, como a tarte de pescada ou os tacos de camarão em ceviche.

Que país e que gastronomia gostava de visitar e ainda não teve oportunidade?

É como dizia Sócrates: "Só sei que não sei nada". Pois bem, só sei que embora conheça 70 países, ainda tenho o mundo inteiro para conhecer e todas as gastronomias para experimentar.

Percorra a galeria e veja algumas imagens do episódio de 'Comer Pelo Mundo' em Lisboa.

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