"Ao exercer o seu direito de defesa, Israel deve cumprir integralmente as obrigações que lhe incumbem por força do direito internacional em todas as circunstâncias, incluindo o direito internacional humanitário. Reiteramos o nosso empenhamento no direito internacional humanitário e cumpriremos as nossas respetivas obrigações", lê-se na declaração final adotada pelos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 (grupo das sete maiores economias mundiais) após dois dias de reunião em Itália.
"Sublinhamos que não pode haver equivalência entre o grupo terrorista Hamas e o Estado de Israel", acrescentam os chefes de diplomacia do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia) que entre segunda-feira e hoje estiveram reunidos em Fiuggi e Anagni, perto de Roma, naquela que foi a última reunião do bloco com a atual administração norte-americana ainda em funções, antes da tomada de posse do Presidente Donald Trump.
Na véspera, o anfitrião do encontro, Antonio Tajani, ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, país que assegurou a presidência do G7 este ano, havia dado conta da intenção de o grupo de países mais industrializados do mundo chegar a uma "posição comum" relativamente ao mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Contudo, no capítulo da declaração final dedicado ao Médio Oriente, os chefes de diplomacia limitam-se a dizer que cumprirão as "respetivas obrigações", dadas as diferentes posições entre os países, já que alguns são partidários de executar a ordem do TPI, casos de Reino Unido e França, outros hesitam, como a Itália, e os Estados Unidos, país que é aliado incondicional de Israel e que não é signatário do estatuto do TPI, rejeita.
Na passada quinta-feira, o TPI emitiu mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra, assim como contra o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
Na declaração hoje adotada, os países do G7 também manifestam o seu apoio à UNRWA, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, que Israel pretende desmantelar, sob o argumento de que esta agência está infiltrada por muitos membros de organizações terroristas palestinianas, sem nunca ter apresentado provas.
"Manifestamos o nosso apoio à UNRWA para que cumpra efetivamente o seu mandato e salientamos o papel vital que a agência das Nações Unidas desempenha. Exortamos o Governo israelita a respeitar as suas obrigações internacionais e a cumprir a sua responsabilidade de facilitar uma assistência humanitária plena, rápida, segura e sem entraves sob todas as suas formas, bem como a prestação de serviços básicos extremamente necessários à população civil em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental", declaram os países do G7.
Desde o início da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, como resposta ao ataque terrorista do Hamas no sul de Israel a 07 de outubro do ano passado que matou mais de 1.200 pessoas, morreram mais de 44.200 palestinianos, de acordo com as autoridades do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
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