"Não nos farão capitular". Hezbollah libanês rejeita entrega de armas

O líder do partido miliciano libanês Hezbollah, Naim Qassem, rejeitou hoje entregar as armas, uma medida prevista num acordo para que Israel suspenda os ataques no sul do Líbano.

Naim Qassem

© Houssam Shbaro/Anadolu via Getty Images

Lusa
06/07/2025 10:43 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"As ameaças não nos farão capitular. E que ninguém nos peça para depor as armas", afirmou Qassem num discurso em Beirute, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.

 

Qassem manifestou-se surpreendido com a "exigência de desarmamento", referindo que os mísseis do Hezbollah "representam a base das capacidades de defesa" do grupo xiita apoiado pelo Irão.

O Hezbollah e Israel encontram-se num precário estado de cessar-fogo desde novembro de 2024, depois de meses de combates que coincidiram com o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.

O Hezbollah atacou o norte de Israel com mísseis a partir do sul do Líbano para apoiar o grupo extremista Hamas, que enfrentou uma ofensiva militar de grande envergadura em Gaza depois de ter atacado território israelita.

Israel acabou por eliminar a liderança do Hezbollah, incluindo o líder carismático Hassan Nasrallah, e invadir o sul do Líbano até um acordo ter cessado os combates.

O acordo, mediado pelos Estados Unidos e com algum apoio do Presidente libanês, Joseph Aoun, previa o desarmamento do Hezbollah e a retirada de Israel do sul do Líbano se o exército libanês assumisse o controlo da área.

Os militares israelitas consideraram que tais condições não foram cumpridas e continuaram a lançar ataques contra o que descrevem como posições da milícia Hezbollah.

"Não há espaço para rendição aqui", disse Qassem no discurso transmitido pela televisão proferido num feriado xiita.

Qassem afirmou que Israel deve aplicar o acordo de cessar-fogo com o Líbano, "retirar-se dos territórios ocupados, parar a agressão (...), libertar os prisioneiros libaneses" e começar a reconstrução das zonas devastadas pela guerra que terminou em novembro.

Nessa altura, "estaremos prontos para a segunda fase, que é discutir a segurança nacional e a estratégia de defesa" do Líbano, termo que inclui a questão do desarmamento do Hezbollah, referiu, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

"Que ninguém ponha em causa as nossas capacidades ou as nossas competências, porque somos homens de combate", acrescentou Qassem, que sucedeu a Nasrallah na liderança do Hezbollah.

O roteiro para o desarmamento do Hezbollah foi apresentado pelo enviado dos Estados Unidos, Tom Barrack, e apelava ao desarmamento dos grupos não estatais e ao controlo governamental de todas as armas.

A ideia foi bem acolhida pelo Presidente Aoun, que tem insistido em várias ocasiões que a única entidade capaz de defender o país deve ser o exército libanês.

Barrack deverá deslocar-se ao Líbano na segunda-feira para continuar a discutir a questão com o Governo.

Leia Também: EUA aplicam sanções a 'frota fantasma' petrolífera iraniana e Hezbollah

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