Madeira? Situação é "insustentável" e eleições antecipadas "indesejáveis"

O líder do Juntos Pelo Povo (JPP) da Madeira considerou hoje que a situação política regional "está insustentável" e que o cenário de eleições legislativas antecipadas no arquipélago é "indesejável".

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Lusa
24/11/2024 13:15 ‧ há 7 horas por Lusa

Política

JPP

"A situação política está insustentável, porque neste fim de linha, e após o Chega ter tirado o tapete a Albuquerque [presidente do governo madeirense do PSD), não há quem confie numa só palavra deste governo de Albuquerque. Até os próprios deputados do PSD têm sérias dúvidas", afirma Élvio Sousa em comunicado hoje divulgado.

 

O líder parlamentar do JPP na Assembleia Legislativa da Madeira recorda que "o ano de 2024 começou com uma megaoperação judicial e arrisca-se a terminar com novo cenário de novas eleições".

"A crise política começou no PSD e no Chega. Quando se zangam as comadres descobrir-se-ão as verdades!", acrescenta o responsável.

O Chega entregou no parlamento madeirense uma moção de censura ao Governo Regional, liderado por Miguel Albuquerque, cuja discussão e votação está agendada para 17 de dezembro, depois o debate do Orçamento Regional para 2025 marcado entre 09 e 12 do próximo mês.

A votação da moção de censura tem o voto favorável anunciado por todos os partidos da oposição, o que representa a queda do governo regional.

Para o líder do JPP, "a situação política requer muita ponderação e também moderação."

Élvio Sousa sustenta que "realisticamente, o cenário de eleições não é o desejável pelos cidadãos, mas, na prática, a palavra de Albuquerque vale tanto como a de um vendedor de banha de cobra. Ninguém quer ser o seu fiador! Nem após lançar o repto!"

Sábado, Miguel Albuquerque apelou aos partidos da oposição para aprovarem o Orçamento Regional de 2025, mas afirmou que é o único líder partidário "sem medo" de ir a eleições.

O líder do JPP defende que "urge estar atento às movimentações e às sentinelas, sobretudo às tentativas de colagem oportunistas", recorrendo ao ditado popular que "mais vale só do que mal-acompanhado".

Miguel Albuquerque foi constituído arguido no final de janeiro num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder e prevaricação, entre outros. Em causa estão alegados favorecimentos de empresários pelo poder público, em troca de contrapartidas.

O social-democrata, líder do Governo Regional desde 2015, acabou por se demitir - depois de o PAN retirar o apoio que permitia à coligação PSD/CDS-PP governar com maioria absoluta -, mas venceu as eleições antecipadas de maio.

Num acordo pós-eleitoral, PSD (com 19 eleitos) e CDS-PP (dois) não conseguiram os 24 assentos necessários a uma maioria absoluta, tendo a abstenção de três deputados do Chega permitido a aprovação do Orçamento da Madeira para 2024.

Os sociais-democratas deixaram de ter, pela primeira vez em tempo de democracia e autonomia, maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Região Autónoma.

O parlamento regional é composto por 19 deputados do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, um da IL e um do PAN.

Entretanto, em setembro, os secretários regionais das Finanças (Rogério Gouveia), Saúde e Proteção Civil (Pedro Ramos) e Equipamentos e Infraestruturas (Pedro Fino), foram constituídos arguidos, no âmbito da operação "AB INITIO", sobre suspeitas de criminalidade económica e financeira.

Depois foi conhecido um outro processo que envolve o secretário da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, também constituído arguido.

Miguel Albuquerque já declarou publicamente que não se demite e que o PSD está pronto para todos os cenários, incluindo o de novas eleições legislativas regionais antecipadas.

Leia Também: Albuquerque pede à oposição para votar orçamento, mas admite eleições

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