Ascenso Simões e Diogo Feio analisaram, no domingo, no programa 'Além do Óbvio', da SIC Notícias, o impacto que os fogos de agosto poderão ter nos resultados das eleições autárquicas, marcadas para 12 de outubro.
Para Ascenso Simões, "os incêndios são um grande problema para o país" mas, uma vez que "as responsabilidades são divididas entes o poder central e administração local", não deverão ter grande repercussão nos resultados eleitorais.
"Não acho que os incêndios sejam determinantes para o resultado eleitoral", determinou, acrescentando que "o efeito [dos fogos] para as autárquicas pode não ser grande, quer para o PSD, que tem o poder nacional, quer para o PS e PCP, que têm algumas das câmaras onde ocorreram os incêndios".
O ex-deputado socialista admitiu durante o comentário que não dá "muita importâncias às autárquicas no plano nacional" porque ainda se lembra que, em 1989, "o PS elegeu os presidentes da Câmara Municipal de Lisboa e Porto" e, dois anos depois, em 1991, Cavaco Silva (PSD) "teve a sua segunda maioria absoluta".
Por essa razão, na opinião do ex-parlamentar, as eleições autárquicas têm apenas "relevância para perceber como é que os partidos podem determinar aquilo que é a vida comunitária, a vida de cada um dos municípios".
Eleições autárquicas serão "um grande desafio" para o PS
Diogo Feio, do CDS, também defendeu no mesmo canal de televisão, que os incêndios não vão ter grande impacto no resultado das eleições autárquicas. No entanto, acha que este ato eleitoral será "evidentemente um grande desafio" para o PS, que tem "uma nova liderança".
Já para o PSD, não lhe parece, uma vez que este partido "tem a mesma liderança há muito tempo", tem "um primeiro-ministro, um Governo".
Para o ex-deputado do CDS, as autárquicas "são eleições muito importantes para os partidos", uma vez que "são essas eleições que determinam a rede que - não só no exercício do poder mas também a nível de autarcas - os partidos têm pelo país fora".
"O poder que mais direto é em relação às populações é o poder autárquico", lembrou.
Diogo Feio considerou ainda que vai ser importante ver "o que vai acontecer com outros partidos" nas eleições autárquicas. "O Chega, por exemplo, nas últimas eleições tinha um deputado, 19 vereadores, uma percentagem baixa. Vamos ver o que acontece agora, numa circunstância em que quase todo o seu grupo parlamentar é de candidatos às autarquias, assim como com a Iniciativa Liberal", sublinhou.
Para o PCP, o ex-parlamentar prevê que o ato eleitoral de 12 de outubro seja "um desafio", uma vez que o partido "corre risco" de perder vârias câmaras, "porque tem muitos presidentes que não se podem recandidatar".
Já para o PSD antevê bons resultados, uma vez que, além de estar mais estável, tem um "número de coligações em crescente" e "muito relevantes" e apoia ainda "muitos independentes", como Oeiras e Figueira da Foz.
Recorde-se que as eleições autárquicas realizam-se no domingo, 12 de outubro.
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