Citado numa declaração divulgada pelo seu gabinete, o líder do executivo israelita classificou a decisão da instância internacional como "antissemita", sustentando que "não há nada mais justo do que a guerra que Israel trava em Gaza".
No comunicado, Benjamin Netanyahu frisou ainda que a decisão hoje conhecida foi tomada por um "órgão político tendencioso e discriminatório" e por um "procurador-chefe corrupto que está a tentar salvar-se de acusações de assédio sexual e por juízes tendenciosos".
O procurador-geral do TPI, o advogado britânico Karim Khan, foi recentemente acusado pelos meios de comunicação britânicos e norte-americanos de alegado assédio sexual a um jovem membro da equipa de acusação, uma denúncia feita com base num relatório de uma terceira pessoa que afirma ter ouvido a alegada vítima a relatar os incidentes, que foram comunicados posteriormente ao Mecanismo de Supervisão Independente (MSI).
"Nenhuma decisão anti-Israel impedirá o Estado de Israel de defender os seus cidadãos" e o primeiro-ministro "não cederá às pressões", referiu a nota informativa do gabinete de Netanyahu, acrescentando que o governante "continuará a perseguir todos os objetivos que Israel se propôs alcançar na sua guerra justa contra o Hamas e o eixo de terror iraniano".
O TPI emitiu ainda mandados de captura contra o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif (presumivelmente morto num ataque israelita no verão), e contra o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, que considerou a decisão como um "precedente perigoso contra o direito de Israel à autodefesa e à guerra moral".
"Colocar o Estado de Israel e os líderes assassinos do Hamas ao mesmo nível, legitima o assassinato de bebés, a violação de mulheres e o rapto de idosos", escreveu Gallant na sua conta da rede social X (antigo Twitter).
Demitido por Netanyahu há duas semanas devido a divergências sobre a gestão das guerras na Faixa de Gaza e no Líbano, o antigo ministro acusou o TPI de "encorajar o terrorismo assassino" do Hamas, que a 07 de outubro de 2023 lançou ataques em solo israelita, que resultaram em 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
No mesmo dia, Israel declarou guerra ao Hamas e lançou uma dura ofensiva na Faixa de Gaza, que mais de um ano depois fez mais de 44.000 mortos, a maioria civis.
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