O empresário multimilionário Elon Musk mostrou-se arrependido, esta terça-feira, por ter brandido uma motosserra ao lado do presidente da Argentina, Javier Milei, em fevereiro deste ano.
O episódio, que aconteceu no palco de uma convenção conservadora, no dia 20 de fevereiro, foi recordado numa crítica na rede social X (antigo Twitter), a que o bilionário decidiu responder.
"Talvez não devesses ter levado a motosserra ao palco e ter feito papel de tolo. Talvez tivesses conseguido fazer mais se não estivesse tão preocupado em parecer fixe", disse um utilizador, ao comentar as opiniões de Musk, que tem criticado o plano fiscal de Trump.
Musk respondeu, mostrando-se de acordo. "Ponto válido. Milei deu-me a motosserra nos bastidores e eu aproveitei-a, mas, em retrospectiva, faltou-me empatia", escreveu.
Recorde-se que esta foi uma das polémicas que o dono da Tesla e da SpaceX acumulou durante o seu tempo na Casa Branca. Encarregado de cortar o orçamento federal enquanto chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), Musk brandiu uma motosserra no palco da Conferência de Ação Política Conservadora, ao lado de Milei.
A ferramenta de corte foi-lhe dada pelo presidente argentino, que a tornou um símbolo do programa de redução de serviços estatais.
Musk, que deixou os assuntos governamentais para se concentrar, nomeadamente, nos carros elétricos da Tesla, tem criticado duramente o vasto projeto de lei orçamental de Donald Trump. Elon Musk advertiu que, se o texto for aprovado, lançará um novo partido e financiará a campanha nas primárias republicanas de candidatos opostos aos atuais congressistas.
As últimas semanas têm sido marcadas por troca de argumentos entre ambos e o que já tinha sido conhecido como uma grande amizade, 'azedou'. Ontem, por exemplo, o presidente norte-americano, admitiu "analisar" a possibilidade de expulsar o antigo aliado, nascido na África do Sul: "Não sei. Vamos ter de analisar", disse.
O líder republicano também advertiu que o DOGE, que Musk dirigiu, poderia atacar os subsídios públicos atribuídos às suas empresas.
"Podíamos colocar o DOGE em cima do Elon. Sabem o que é o DOGE? O DOGE é o monstro que pode virar-se e devorar o Elon", ameaçou.
"Elon talvez receba mais subsídios do que qualquer outra pessoa na história, de longe, e sem esses subsídios, Elon provavelmente teria que fechar as portas e voltar para casa na África do Sul", escreveu, depois, na sua plataforma, a Truth Social.
"Sem mais lançamentos de foguetes, satélites ou produção de carros elétricos, o nosso país economizaria uma FORTUNA", acrescentou o presidente norte-americano.
De realçar que o Senado dos Estados Unidos aprovou ontem este projeto orçamental de Trump, por uma margem mínima de votos.
A lei tem agora de regressar à Câmara dos Representantes (câmara baixa) para aprovação final, sendo que Trump tem exercido pressão no sentido de ter uma decisão final até ao feriado nacional do 04 de julho, o Dia da Independência.
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