"A recente cimeira Coreia do Sul-Japão deve ser interpretada como uma farsa diplomática nascida da ansiedade de Seul em dissipar as 'más interpretações' de Washington", lê-se num artigo de opinião assinado por uma pessoa chamada Kim Hyok-nam, sobre a qual não se conhecem detalhes.
O texto, divulgado pela agência de notícias estatal KCNA, denuncia a cooperação reforçada entre Seul e Tóquio, após a cimeira de sábado na capital japonesa, como o batedor de uma "aliança militar trilateral agressiva" com Washington que, na opinião de Pyongyang, vai agravar a crise de segurança na região.
Na coluna de opinião sublinha-se ainda que a declaração conjunta de Lee e Ishiba sobre a "desnuclearização completa do Norte" e a necessidade de uma ação coordenada face a um ambiente internacional em mudança é a prova da subordinação da Coreia do Sul à estratégia hegemónica de Washington no Indo-Pacífico.
A KCNA também se concentrou na escolha de Lee de viajar primeiro para o Japão, quebrando o costume diplomático da Coreia do Sul de visitar Washington primeiro, e apresentou-a como um gesto calculado para mostrar uma viragem pró-japonesa.
O texto considera que esta alteração responde à "desconfiança dos Estados Unidos" em relação a Lee, que só assumiu o cargo em junho, considerando-o um dirigente que, na oposição, exibia um perfil crítico em relação a Tóquio e que procura agora mudar essa imagem para satisfazer os aliados.
Lee reúne-se hoje (madrugada de terça-feira em Seul) com Donald Trump em Washington.
No avião, a caminho dos Estados Unidos, o líder sul-coreano disse que vai discutir as questões norte-coreanas "sem limites" na Casa Branca, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
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