O cidadão espanhol suspeito de matar e esquartejar o namorado brasileiro, na zona da Lapa, em Lisboa, foi condenado esta quarta-feira a 25 anos de prisão, a pena máxima, pelo Tribunal de Lisboa.
Segundo avançou o Jornal de Notícias, o arguido, identificado como Noel Remedios, foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver.
A pena foi de acordo com o que foi pedido pelo Ministério Público.
Em cúmulo jurídico, o coletivo de juizes do Tribunal Central Criminal de Lisboa aplicou a pena máxima permitida pelo Código Penal, de 25 anos de prisão, decidindo ainda manter a medida de coação de prisão preventiva.
O arguido foi ainda condenado ao pagamento de indemnizações por morte, danos patrimoniais e danos não patrimoniais aos pais da vítima no valor de 175 mil euros.
O crime ocorreu em março do ano passado na casa onde o casal vivia, horas após o arguido e a vítima terem regressado de uma viagem a Espanha, onde trataram do testamento do espanhol.
O corpo da vítima - Paulo Machado, de 36 anos - foi cortado pela cintura e parte dos membros inferiores foi encontrada, na madrugada seguinte, dentro de um caixote do lixo por uma equipa de recolha de monos da Câmara de Lisboa.
Segundo a acusação, a relação foi "pautada por confrontos, por vezes, com violência verbal e física".
"Em síntese, de acordo com a acusação, no dia 11 de março de 2024, na residência comum e na sequência de uma discussão, o arguido desferiu quatro golpes com uma faca de cozinha no corpo do ofendido. As lesões determinaram a morte da vítima", indicava uma nota da Procuradoria-Geral da República, em setembro do ano passado.
Num momento posterior, "o arguido cortou o cadáver pela cintura e colocou o corpo assim dividido em sacos distintos que, depois, depositou em dois caixotes do lixo da cidade de Lisboa". A parte superior do corpo da vítima nunca foi recuperada.
Fonte da Polícia Judiciária (PJ) confirmou então à Lusa que foi contactada cerca das 03h00 pela Polícia de Segurança Pública (PSP), que deu conta da descoberta de um cadáver dentro de um saco do lixo.
A investigação esteve a cargo da Secção Especializada Integrada de Violência Doméstica de Lisboa (SEIVD), do DIAP Regional de Lisboa, com a colaboração da PJ.
[Notícia atualizada às 19h23]
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