Agricultor constituído arguido após participar em manifestação na A6

O movimento organizador dos protestos dos agricultores em 2024 lamentou hoje que tenha sido constituído arguido um dos participantes de um bloqueio da Autoestrada 6 (A6) no Caia, em Elvas, distrito de Portalegre, em fevereiro do ano passado.

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Lusa
04/07/2025 14:15 ‧ há 4 horas por Lusa

País

Portalegre

Num comunicado publicado na página do movimento nas redes sociais e consultado hoje pela agência Lusa, os responsáveis relatam que o agricultor que foi constituído arguido se apresentou na terça-feira no Tribunal de Elvas para prestar declarações.

 

"Passado mais de um ano, só agora a Justiça decidiu atuar, demonstração cabal do estado da Justiça portuguesa e do próprio país. No meio de milhares de agricultores, identificaram apenas uma pessoa que, curiosamente, foi e é das pessoas mais ativas nas redes sociais ligadas à defesa dos agricultores portugueses", criticam.

O movimento vai solicitar uma audiência ao ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, sobre este caso.

"Ao contrário dos governantes anteriores, não deixará [José Manuel Fernandes] de ser sensível a esta tremenda injustiça perpetuada pela mais baixa e abjeta mesquinhez", lê-se no comunicado.

Os promotores do movimento vão ainda informar a comissão parlamentar de Agricultura, bem como todos os grupos parlamentares da situação.

O movimento cívico exorta ainda os profissionais da classe a apoiarem o agricultor que foi constituído arguido, apelando a que marquem presença da próxima vez que o homem seja chamado a tribunal para depor.

"A próxima vez que for chamado a depor estaremos todos presentes, demonstrando assim a nossa unidade, bem como a solidariedade que tão bem caracteriza os portugueses", lê-se.

Os organizadores apelaram em maio de 2024 aos deputados que intercedessem para que se pudesse passar "um pano por cima" das notificações da GNR de que estavam a ser alvo alguns participantes.

"Apelo aos deputados para que se mobilizem, junto das instituições e das pessoas que podem, para que 'passem um pano' por cima disto, porque é um elemento muito feio da nossa democracia", afirmava Alexandre Pinto, da comissão instaladora do movimento, numa audiência na comissão parlamentar de Agricultura e Pescas.

"O país passou 40 anos com presos políticos e, depois, passou 50 anos sem políticos presos. Nenhum de nós quer voltar ao regime de presos políticos", sublinhou o agricultor.

João Dias Coutinho, também da comissão instaladora do movimento, disse aos deputados que diversos manifestantes de Ficalho, no concelho de Serpa, distrito de Beja, e de Vilar Formoso, no concelho de Almeida, Guarda, estavam a "ser notificados aleatoriamente".

Leia Também: Vinho do Porto? São necessárias "soluções para os agricultores"

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