A presidente do Banco Central Europeu (BCE) considerou, na terça-feira, que a meta do banco central foi atingida, depois de serem conhecidos dados que indicam que a taxa de inflação na zona euro deverá ter sido de 2% em junho - esta é a meta do BCE.
"Estamos a 2%, é a meta que temos tido e é a projeção que a nossa equipa indica para o médio prazo", comentou Christine Lagarde no painel no Fórum BCE, a decorrer em Sintra, quando questionada sobre os dados divulgados pelo Eurostat.
A responsável apontou que esta é uma "meta atingida", algo que deve ser reconhecido, nomeadamente depois de se ter enfrentado "choques massivos" e estar agora no processo desinflacionário.
Existe ainda, no entanto, "muita incerteza, risco de fragmentação a aumentar e desenvolvimentos geopolíticos que preocupam", assumiu Lagarde, lembrando que estes causam um risco duplo para a inflação, tanto para acelerar como abrandar.
Neste contexto, é necessário "continuar a ser vigilantes, entregar o nosso alvo", salientou a responsável, defendendo que o BCE está "numa boa posição para águas turbulentas".
Taxa de inflação na zona euro está nos 2%
A taxa de inflação anual na área da zona euro terá sido de 2,0% em junho, contra 1,9% em maio e 2,5% do mês homólogo de 2024, de acordo com uma estimativa provisória do Eurostat.
Segundo o serviço de estatística da União Europeia, analisando as principais componentes da inflação da área do euro, espera-se que os serviços apresentem a taxa anual mais elevada em junho (3,3%, em comparação com 3,2% em maio), seguidos pelos produtos alimentares, álcool e tabaco (3,1%, face aos 3,2% em maio), bens industriais não energéticos (0,5% em comparação com 0,6% em maio) e energia (-2,7%, que se comparam com -3,6% em maio).
BCE confirma "meta de inflação simétrica": O que significa?
O BCE confirmou a "sua meta de inflação simétrica de 2% a médio prazo", o que significa que responderá com a mesma energia e persistência se a inflação subir demais ou cair demais.
"A simetria requer uma resposta de política monetária adequadamente enérgica ou persistente a desvios grandes e sustentados da inflação em relação ao objetivo em qualquer direção", afirmou o BCE num comunicado.
O BCE estabeleceu um objetivo de inflação simétrico de 2% a médio prazo há quatro anos, pelo que desvios positivos ou negativos desse objetivo são igualmente indesejáveis.
O BCE terá igualmente à disposição todos os instrumentos existentes para conduzir a política monetária, incluindo as aquisições de dívida e as operações de refinanciamento de muito longo prazo.
A escolha, a conceção e a aplicação destes instrumentos permitirão ao BCE "responder rapidamente a novos choques", acrescenta o BCE no comunicado.
Leia Também: Afinal, até quando pode pagar o IRS? Pode fazê-lo em prestações?