"Vai morrer na prisão". Idoso condenado a perpétua por crime de 1967

Foi considerado culpado de violar e matar uma idosa de 75 anos, em 1967, num dos casos mais antigos por resolver no Reino Unido. Quase seis décadas depois, foi condenado a prisão perpétua.

Ryland Headley,

© Polícia de Avon e Somerset

Márcia Guímaro Rodrigues
01/07/2025 23:14 ‧ há 3 dias por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Reino Unido

Ryland Headley, um cidadão britânico de 92 anos foi considerado culpado, na terça-feira, da violação e homicídio de uma mulher, há quase 60 anos, e condenado a uma pena de prisão perpétua, no Reino Unido. Durante a leitura da sentença, o juiz fez questão de frisar que o idoso "nunca será libertado e morrerá na prisão".

 

O caso - um dos mais antigos por resolver no Reino Unido - remonta a 28 de junho de 1967, quando o homem invadiu a casa de Louisa Dunne, uma mulher de 75 anos, no oeste da Inglaterra. Depois, violou-se e estrangulou-a até à morte.

"A violação da sua casa, do seu corpo e, por fim, da sua vida foi um ato impiedoso e cruel de um homem depravado", considerou o juiz Derek Sweeting, durante a leitura da sentença no Tribunal da Coroa de Bristol, citado pela agência de notícias The Associated Press (AP).

O juiz considerou ainda que "a natureza destes crimes demonstra um total desrespeito pela vida e dignidade humanas" e que a vítima "era vulnerável, era uma mulher idosa e pequena que vivia sozinha", tendo sido usada "como um meio para atingir um fim".

"Pode não ter tido a intenção de matar, mas violou-a e atacou-a brutalmente", acrescentou, citado pela BBC.

Headley, na altura com 34 anos, entrou por uma janela e deixou uma impressão da palma da mão no vidro. Na altura, a polícia recolheu as impressões de mais de 19 mil homens e meninos da região para resolver o crime, mas não encontrou nenhuma correspondência.

O homem mudou-se da área e violou outras duas mulheres no final da década de 1970, tendo chegado a cumprir pena de prisão. No entanto, o seu ADN só foi recolhido em 2012 durante uma detenção não relacionada com o caso.

Headley acabou por ser detido em novembro do ano passado, após o caso ter sido reaberto, em 2023, pela polícia de Avon e Somerset, em Bristol. Graças ao avanço da tecnologia e dos exames forenses, apurou-se que o sémen encontrado na saia de Dunne correspondia ao seu ADN, bem como a impressão palmar deixada na janela.

Britânico de 92 anos culpado de violação e homicídio de mulher em 1967

Britânico de 92 anos culpado de violação e homicídio de mulher em 1967

Um homem de 92 anos foi hoje considerado culpado pela justiça britânica da violação e do homicídio de uma mulher quase sessenta anos depois dos crimes, um caso que era um dos mais antigos por resolver no Reino Unido.

Lusa | 17:51 - 30/06/2025

O cadastro criminal do arguido contribuiu também para o caso, pois foram encontradas semelhanças com os outros dois ataques que fez, em 1977, quando invadiu a casa de duas mulheres idosas, de 70 e 80 anos, em Ipswich, e violou-as.

"Ouvir as vozes das vítimas dos seus crimes de 1977 é incrivelmente poderoso e angustiante", afirmou o detetive inspetor Dave Marchant.

Presente na leitura da sentença, a neta de Dunne, Mary Dainton, que agora tem aproximadamente a mesma idade que a avó tinha quando foi morta, disse que ficou chocada ao saber da detenção de Headley.

"Aceitei que alguns homicídios nunca são resolvidos e que algumas pessoas têm de viver com esse vazio e tristeza", afirmou.

"Tenho enfrentado dificuldades emocionais que não esperava. Há um estigma associado à violação e ao homicídio. Isso virou a minha vida de cabeça para baixo. Sinto-me triste e muito cansada, o que afetou as minhas relações com as pessoas próximas", acrescentou, lamentando que "todas as pessoas que conheciam e amavam a Louisa não estejam aqui para ver que a justiça está a ser feita".

Segundo o juiz, o facto de Headley ter escapado tantos anos impune, agravou o sofrimento da família.

O homem, que negou as acusações, foi condenado a prisão perpétua, e terá de cumprir um período mínimo de 20 anos até poder pedir liberdade condicional.

"Nunca será libertado e morrerá na prisão", frisou o juiz.

A procuradora Charlotte Ream afirmou, por sua vez, que a condenação "é uma demonstração do empenho da CPS [procuradoria britânica] e dos parceiros na polícia em fazer justiça às vítimas de crimes, independentemente do número de anos - ou décadas - que tenham passado". 

Leia Também: Menino de 12 anos terá morrido no Reino Unido após fazer desafio online

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