Alemanha confirma negociações com EUA de sistemas Patriot para Kiev

O governo alemão confirmou hoje negociações com os Estados Unidos (EUA) para comprar sistemas antiaéreos Patriot para Kyiv, após constatar uma relação dos contactos dos líderes russo e norte-americano com os bombardeamentos em grande escala na Ucrânia.

Friedrich Merz

© Yauhen Yerchak/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
04/07/2025 18:55 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

O chanceler alemão, Friedrich Merz, falou com o Presidente norte-americano, Donald Trump na quinta-feira, segundo um porta-voz do executivo de Berlim, depois de Washington ter anunciado que iria suspender temporariamente algumas transferências de armas já acordadas com Kyiv, incluindo mísseis para os sistemas Patriot.

 

De acordo com fontes governamentais citadas pelo semanário Der Spiegel, um dos temas discutidos pelos dois líderes foi a situação na Ucrânia e o reforço da defesa aérea do país, embora Trump não tenha feito qualquer promessa, segundo o jornal.

Um porta-voz do Governo alemão, Stefan Kornelius, indicou hoje que "existem diferentes formas de colmatar esta lacuna em relação aos Patriot", sendo uma delas a aquisição por parte da Alemanha, e confirmou que "estão de facto em curso conversas intensivas sobre o assunto".

Em conferência de imprensa, o porta-voz afirmou que não pode antecipar o resultado das negociações, mas salientou que "o problema é urgente, e esta noite confirmou-o mais uma vez", referindo-se ao ataque massivo russo contra a Ucrânia com 11 mísseis e mais de 500 drones, que fez pelo menos um morto e 26 feridos só em Kyiv.

Por seu lado, o porta-voz do Ministério da Defesa alemão, Mitko Müller, anunciou que o ministro Boris Pistorius planeia viajar para Washington em meados do mês, onde se irá reunir com o homólogo norte-americano para discutir estas questões.

A este respeito, Müller observou que a ajuda alemã à Ucrânia está planeada há anos e que as capacidades de produção, além dos aspetos financeiros, são cruciais num contexto de elevada procura global de sistemas de armas devido à ameaça russa.

O porta-voz observou ainda que Berlim está a trabalhar diariamente para preparar e acelerar estas entregas da melhor forma possível.

"No entanto, estes acordos bilaterais e multinacionais são muito, muito importantes para aproveitar os recursos que ainda podem estar disponíveis e, para isso, entre outras coisas, haverá esta viagem a Washington em meados de julho", acrescentou.

Ao mesmo tempo, o Governo alemão estabeleceu um padrão a partir das chamadas telefónicas entre os Presidentes dos EUA e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, respetivamente, e os ataques em grande escala que têm castigado a Ucrânia.

O chanceler alemão acredita neste padrão, uma vez que os contactos diretos entre os líderes de Washington e Moscovo são frequentemente acompanhados por ataques ainda mais violentos do que o habitual, segundo Stefan Kornelius.

No dia seguinte à conversa telefónica entre Trump e Putin, a Rússia anunciou esta sexta-feira ser impossível alcançar de imediato os objetivos na Ucrânia pela via diplomática, pelo que vai prosseguir com a guerra.

"Preferimos fazê-lo por meios diplomáticos. Mas, enquanto isso não for possível, continuamos com a operação militar especial", disse hoje o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Peskov disse aos jornalistas que o Kremlin tomou nota das declarações de Trump sobre a falta de progressos na Ucrânia, após a conversa com Putin.

O líder norte-americano disse na quinta-feira que estava infeliz por não terem sido feitos progressos nas conversações de paz na Ucrânia durante a conversa telefónica com o homólogo russo.

"Tivemos uma chamada. Foi bastante longa e falámos sobre muitas questões, incluindo o Irão. Também falámos sobre a guerra com a Ucrânia e não estou satisfeito com isso, não estou satisfeito com isso", disse Trump aos jornalistas.

Quando os jornalistas insistiram, Trump acrescentou: "Não, não fizemos qualquer progresso com eles".

Leia Também: "Ucrânia colocou agentes dos serviços secretos na Hungria"

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