De acordo com a declaração final da primeira cimeira entre os 27 países do bloco político-económico e Chisinau, há um "compromisso conjunto com a paz, a segurança, a estabilidade e a prosperidade" em toda a Europa.
As frases iniciais do documento insistem que o "futuro dos cidadãos da Moldova é na UE", reconhecendo o crescimento das "ameaças à segurança regional" provocada pela "agressão ilegal" da Rússia à Ucrânia.
A declaração reconhece também os esforços feitos pela Moldova para reformar o país, nomeadamente o combate ao crime organizado, e, em geral, é uma reedição da avaliação que a Comissão Europeia já tinha feito sobre o processo de adesão do país.
Numa conferência de imprensa conjunta, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse que o futuro do país "deve estar nas mãos da população" e não com os que querem "manipular, dividir e diminuir a vontade democrática", numa alusão a Moscovo.
"A Moldova escolheu um caminho europeu e vamos percorrê-lo juntos", acrescentou o ex-primeiro-ministro português, acrescentando que "é preciso respeitar a democracia e a vontade das pessoas e que a UE é uma união de democracias".
Em declarações na mesma conferência de imprensa, a Presidente da Moldova, Maia Sandu, disse que queria ver a integração "concretizar-se o quanto antes", ainda que o processo possa vir a ser "empatado" pela Hungria.
A chefe de Estado considerou que a presença de militares russos na região separatista moldova da Transnístria "é um problema" à adesão, mas as autoridades do país estão a "fazer os possíveis para acelerar o processo".
"Não queremos que seja a Rússia a vetar a nossa integração, sabemos que eles [Kremlin] não querem ver-nos na UE", comentou.
Abordando a mesma questão, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o país candidato desde 2022 "não pode estar refém das ações da Rússia".
"Saúdo todos os esforços das autoridades da Moldova para garantir que toda a população", incluindo os separatistas na Transnístria, "aproveitam a integração", acusando Moscovo de estar a "utilizar a desestabilização como arma".
Prometendo não só a integração do país na Área Única de Pagamentos em Euros (SEPA, em inglês) e o fim do 'roaming' para o país, Ursula von der Leyen também disse que os 27 países da UE estão a coordenar esforços para tentar impedir ataques informáticos.
A UE e a Moldova realizaram hoje a primeira cimeira, com o objetivo de reforçar a cooperação na trajetória europeia do país.
O país, que tem uma região ocupada por separatistas russos -- a Transnístria -, também está a ser alvo de "ameaças híbridas", de acordo com denúncias feitas pelas autoridades de Chisinau, que acusam Moscovo de tentar enfraquecer a democracia no país e as respetivas instituições.
A Moldova apresentou a candidatura à UE em março de 2022 e em junho desse ano foi atribuído o estatuto de país candidato.
Em junho de 2024 foram iniciadas as negociações formais, que contemplam vários capítulos de conclusão obrigatória.
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