"Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irão desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Médio Oriente", lê-se na declaração de líderes do grupo formado por 11 países do chamado sul global e que incluiu países como o Brasil, China, Rússia, Índia e, desde 2024, o próprio Irão.
Na declaração, na qual o nome dos Estados Unidos e de Israel não foi mencionado, os países do grupo expressaram "séria preocupação com os ataques deliberados contra infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob totais salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em violação ao direito internacional e a resoluções pertinentes da AIEA".
Para os membros dos BRICS, "as salvaguardas e a segurança nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em conflitos armados, para proteger as pessoas e o meio ambiente contra danos".
A declaração surge na sequência da guerra de 12 dias lançada em meados de junho por Israel contra o Irão, na qual os Estados Unidos participaram bombardeando três instalações nucleares iranianas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araqchi, que chefia a delegação do seu país, membro dos BRICS desde 2024, e encontra-se no Rio de Janeiro para participar da reunião dos BRICS.
Lula da Silva recebeu hoje no Rio de Janeiro líderes dos BRICS para a cimeira anual do grupo, marcada pela ausência de presidentes como o russo, Vladimir Putin e do chinês, Xi Jinping, numa cimeira que conta com entre os cerca de 30 países representados e uma dezena de organizações internacionais.
O grupo BRICS foi inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o ano passado, conta com seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia.
A estes juntam-se, como membros associados, a Bielorrússia, a Bolívia, o Cazaquistão, Cuba, a Malásia, a Nigéria, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e o Vietname.
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