O candidato a Presidente da República Henrique Gouveia Melo afirmou hoje que a função do representante da República tem relevância e não cria problemas, defendendo que há coisas mais importantes que devem ser alvo de preocupação.
"Eu julgo que a função tem a sua relevância. É uma função que não me parece que crie algum problema e há coisas muito mais importantes e estruturantes [com] que nós nos devemos preocupar", declarou, questionado pelos jornalistas, na Madeira.
Gouveia e Melo falava junto às obras do Hospital Central e Universitário da Madeira, na zona oeste do Funchal, onde fez uma curta visita após ter tido um encontro com o presidente do Governo Regional, o social-democrata Miguel Albuquerque.
O candidato considerou que o cargo de representante da República não retira autonomia às regiões e que "é uma forma de a presidência estar informada do que é que se passa na região e poder ser também, ela própria, um fator de investimento, de desenvolvimento da região".
Gouveia e Melo disse ainda, depois de questionado se o escolhido para o cargo deve ser madeirense, que o importante é "ser um bom português".
"Eu não distingo os portugueses pelo local de nascença. Eu nasci em África, portanto, se fosse distinguir os portugueses pelo local de nascença, nem estaria aqui", referiu.
Sobre o novo hospital, que chegou a causar polémica relativamente à divisão de financiamento entre os executivos da Madeira e da República, o candidato apontou que "o Governo da República é de todos" e deve "financiar infraestruturas no país inteiro".
"A região também participou, naturalmente, mas o país tem que investir fortemente nos arquipélagos, até pela insularidade e os problemas resultantes da insularidade", realçou.
Gouveia e Melo reforçou que "os arquipélagos dão uma dimensão atlântica a Portugal que é extraordinária, importantíssima em termos geoestratégicos, geoeconómicos e geopolíticos", sublinhando que isso não deve ser desprezado.
Relativamente ao encontro que teve com Albuquerque, na Quinta Vigia (residência oficial do executivo madeirense), o almirante não quis especificar o teor da conversa, explicando que foi uma visita privada, enquanto candidato à Presidência da República.
"Venho fazer esta visita para conhecer melhor a região falar sobre outros temas que antigamente não falava enquanto era oficial de marinha e perceber os problemas que as regiões têm", adiantou apenas.
Interrogado se gostaria de ter o apoio do chefe do executivo insular, Gouveia e Melo respondeu que não pede "apoio de ninguém em termos formais, nem apoio de instituições", acrescentando que o que interessa é apoio dos portugueses.
Henrique Gouveia e Melo iniciou hoje uma visita de três dias ao arquipélago da Madeira, que termina no domingo com uma visita à ilha do Porto Santo.
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