À agência Lusa, o CIS alerta para a partilha de vídeos maliciosos gerados com IA, sublinhado que "a responsabilidade recai, sempre, sobre quem produz e distribui este tipo de conteúdo".
No entanto, o centro salienta que existem estratégias que podem ser aplicadas por todas as pessoas, de forma a reduzir riscos e mitigar o impacto deste tipo de violência.
"O acompanhamento das crianças no mundo digital é fundamental. Deve haver atenção às imagens que são captadas e partilhadas nas diferentes plataformas, bem como cuidado com os equipamentos a que se dá acesso a crianças, considerando a sua idade e literacia digital", explica o CIS.
Além disso, o acesso a dispositivos por parte de crianças deve ser acompanhado e monitorizado, com o CIS a alertar que a maioria das redes sociais só permite a sua utilização a partir dos 13 anos, contando com a aplicação de mecanismos de segurança previstos para os utilizadores menores.
Neste sentido, é fulcral "incentivar os jovens a manterem perfis privados e controlar quem pode ver o que publicam, rever regularmente as definições de privacidade nas plataformas utilizadas e orientar sobre a importância de limitar a visibilidade de fotos ou informações pessoais".
"A monitorização de 'links', anexos e 'downloads' de origem desconhecida, alertar sobre pedidos estranhos, como o envio de fotos íntimas, pedidos de dinheiro ou informações pessoais, ou tentativas de migração para outras plataformas", são também aspetos aos quais se deve estar atento, refere.
Acrescenta que, de forma a promover um comportamento consciente 'online' é necessário refletir antes de publicar qualquer tipo de conteúdo, incentivar pausas e um equilíbrio saudável entre o tempo 'online' e 'offline', avaliar sempre o objetivo de uma publicação ou comentário, bem como evitar grupos com conteúdos estranhos, agressivos ou que promovam ódio.
"Estas medidas não eliminam totalmente o risco, mas ajudam a reduzir a exposição e fortalecem a proteção de crianças e jovens no ambiente digital", salienta o CIS.
O centro alerta ainda que muitos jovens entram em contacto, involuntariamente, com conteúdo sexual envolvendo menores, real ou gerado artificialmente, pelo que esta exposição constitui também uma forma de violência que deve ser tratada com seriedade.
"É essencial garantir apoio às vítimas e educar sobre a forma de reagir quando se deparam com estes conteúdos", reforçou o CIS.
O CIS é coordenado pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e resulta de um Consórcio que envolve a DGE - Direção-Geral da Educação, o IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a Microsoft Portugal.
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