Diogo Jota é um exemplo para todos os jovens futebolistas que ambicionam chegar ao nível profissional. Sem passagem pela formação dos ditos 'clubes grandes', o internacional português, que morreu na madrugada de quinta-feira, vítima de uma acidente de viação, conseguiu chegar ao topo do futebol mundial, mostrando que o esforço e o trabalho compensam. No entanto, nem tudo foi fácil para Diogo Jota e para os pais, quando este ainda era uma criança atrás do sonho de ser jogador de futebol.
Em 2021, em entrevista à BBC, Diogo Jota recordou as dificuldades que os pais ultrapassaram para nunca deixarem cair o sonho do filho.
"É difícil, especialmente porque não estava a ser pago [pelo clubes]. Os meus pais, sim [pagavam para Jota poder jogar]. E lembro-me que essa era a parte mais difícil para mim. Eu conseguia ver os problemas deles para arranjar dinheiro para o clube e isso é o que mais me custa. Acho que me criou uma dívida e nunca lhes vou conseguir pagar [o que fizeram por ele]. Obviamente, tento fazer isso. Era um das coisas que me fazia continuar a lutar e nunca desistir, porque confiava em mim próprio, mas nunca pensei que isto fosse possível", afirmara Diogo Jota, que deixou ainda um conselho aos jovens de 16 anos.
Speaking in 2021, Liverpool forward Diogo Jota told @BBCSport the story of his childhood struggles to play football in his native Portugal. pic.twitter.com/0g7vy0jajl
— Match of the Day (@BBCMOTD) July 3, 2025
"Quando passas por determinadas dificuldades, creio que te tornas melhor pessoa. Um conselho para os jovens de 16 anos? Principalmente não desistir, mesmo como eu, que joguem em divisões secundárias. Não apenas eu, mas há tantos exemplos. Não desistir é o principal", vincava Jota.
Pai admitiu dificuldades
Cerca de um ano antes, em novembro de 2020, José Silva, pai de Diogo Jota e André Silva, que também viria a morrer no mesmo acidente, admitiu as dificuldades vividas para conseguir manter os dois filhos no futebol, frisando, ainda, que "Diogo nunca pediu nada". Nem umas "chuteiras de marca".
"Não era fácil ter dois filhos no futebol e pagar o que pagávamos. O Diogo nunca nos pediu nada. Nunca nos pediu ou disse que gostava de ter umas chuteiras de marca. Ele sabia que não era possível, já tinha essa sensibilidade. É por isso que sabe dar valor às coisas, valor à vida", afirmara José Silva, em entrevista ao MaisFutebol.
Cerimónias fúnebres arrancaram hoje
Diogo Jota, refira-se, perdeu a vida na madrugada de quinta-feira, vítima de um acidente de viação em Zamora, Espanha, com o irmão André Silva também a perder a vida.
Os corpos dos dois jogadores foram, entretanto, transportados para Gondomar na noite de quinta-feira, depois de terem estado aos cuidados do Instituto de Medina Legal de Zamora. As cerimónias fúnebres arrancam esta sexta-feira, com o velório a estar agendado para as 16h00. O funeral acontecerá amanhã, sexta-feira, a partir das 10h00, naquele que será o último adeus a Diogo Jota e André Silva.
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