Kashag acusa China de "proibir" tibetanos de celebrar Dalai Lama

O Kashag, o gabinete do governo tibetano no exílio, denunciou hoje, dia do 90º aniversário do Dalai Lama, que as autoridades chinesas estão a "proibir à força" os tibetanos no Tibete de celebrarem o seu líder.

Governo tibetano no exílio

© Shyam Sharma/Hindustan Times via Getty Images

Lusa
06/07/2025 07:43 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Dalai Lama

Numa declaração oficial, o governo no exílio afirmou que, enquanto a diáspora celebra abertamente, os seus "irmãos e irmãs tibetanos no Tibete estão proibidos de participar mesmo em atividades religiosas básicas, como oferecer incenso ou erguer bandeiras de oração em honra do aniversário do seu mestre".

 

De acordo com ativistas e fontes no exílio, esta proibição manifesta-se através de uma vigilância acrescida, da intimidação dos funcionários locais e da intensificação das campanhas de "educação patriótica", que procuram suplantar a lealdade ao Dalai Lama pela lealdade ao Partido Comunista Chinês.

Face a esta repressão, o Kashag reivindicou apelou ao "verdadeiro poder suave do povo tibetano", os ensinamentos de compaixão do Dalai Lama, um poder que, segundo o governo tibetano no exílio, "nunca poderá ser subjugado por forças hostis, cegas pela ignorância".

Este conceito de "soft power" contrasta diretamente com a estratégia da China no Tibete, que se baseia no controlo militar, no investimento maciço em infraestruturas e na assimilação cultural.

A declaração também celebra o sucesso da comunidade exilada, que, segundo a declaração, cresceu em 66 anos, passando de um grupo de refugiados que "só conhecia o céu acima e o chão abaixo" para ser reconhecida como "a comunidade de refugiados mais exemplar do mundo".

A declaração do Kashag é divulgada numa semana de grande tensão e segue-se ao histórico conclave de líderes budistas na semana passada, em que acordaram uma nova estratégia de confronto com Pequim; assim como às palavras do próprio Dalai Lama, que afirmou este sábado esperar viver "mais 30 a 40 anos".

As declarações do líder espiritual foram feitas durante uma cerimónia de longa duração ["tenshug"] realizada em sua honra na sua residência de Dharamshala, na primeira aparição pública do líder religioso desde a revelação do plano de sucessão saído do conclave de líderes budistas.

"Fiz o meu melhor até agora. Assumo a minha responsabilidade com toda a minha determinação e coragem", disse o Dalai Lama antes de continuar: "Espero viver mais 30 a 40 anos. As nossas orações estão a dar frutos", proclamou.

O Dalai Lama apelou também aos seus seguidores para manterem a fé coletiva, fazendo uma analogia com a Revolução Cultural Chinesa para ilustrar o poder da determinação conjunta. "Durante a Revolução Cultural chinesa, eles [chineses] também fizeram esforços coletivos e foi por isso que tiveram força", disse.

O gabinete tibetano no exterior conclui a mensagem com uma nota de esperança, afirmando que "o laço sagrado entre mestre e discípulo (...) não pode ser suprimido pelo poder tirânico", e expressa a esperança de que, "em breve, chegará o dia em que os tibetanos no Tibete e no exílio poderão celebrar livremente e em conjunto o aniversário de sua santidade o Dalai Lama".

Leia Também: "Espero viver mais 30 a 40 anos. As nossas orações estão a dar frutos"

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