De acordo com o portal de notícias de Xangai The Paper, as autoridades da cidade criaram um sistema de três níveis que inclui a expulsão do setor dos trabalhadores que tenham sido assinalados com um 'código vermelho' e que não tenham melhorado o comportamento na estrada após várias advertências.
Estes motoristas vão ser colocados numa lista negra e as empresas que os empregam não podem permitir que continuem a aceitar encomendas nas suas plataformas.
Mais de 400 condutores foram suspensos durante o teste-piloto do sistema, que teve início em abril.
A medida junta-se a outras tomadas anteriormente por governos locais e empresas, após meses de debate público na China sobre a pressão a que estão sujeitos os motoristas de entregas, que recebem menos de um dólar por entrega e têm pouco tempo para descansar, na sequência de vários incidentes noticiados pelos jornais.
Num dos casos, um estafeta ameaçou um cliente com uma faca em Wuhan (centro) e noutro, o condutor danificou uma vedação em Hangzhou (leste) quando se apressava para entregar uma encomenda, tendo sido obrigado a ajoelhar-se como castigo pelos seguranças do local, o que levou a que dezenas de outros colegas convocassem um protesto.
Em várias cidades do país é comum ver estes condutores a andarem em contramão, passarem sinais vermelhos ou mesmo a acelerarem nos passeios, desviando-se dos peões.
No final de novembro, as autoridades chinesas exigiram que as plataformas digitais revissem e corrigissem os algoritmos que pudessem prejudicar os condutores - especialmente os que reduzem os prazos de entrega e aumentam a pressão sobre os trabalhadores.
A ideia é evitar que os condutores cometam infrações de trânsito e provoquem acidentes, à medida que tentam cumprir com prazos de entrega irrealistas.
Poucas semanas depois, a plataforma Meituan Waimai anunciou que iria obrigar os condutores de entregas a descansarem quando se verificasse que tinham trabalhado demasiado tempo.
Desde o início do ano, as infrações rodoviárias cometidas por condutores de entregas com motociclos elétricas diminuíram 14,8% em Xangai e os acidentes mortais 42,9%, graças às medidas tomadas, lê-se no The Paper.
Leia Também: China lança centro internacional em Xangai para o yuan digital