Jovens europeus preferem democracia (20% escolhe governo autoritário)

A maioria dos jovens europeus prefere viver em democracia, mas mais de um em cada cinco admite escolher um governo autoritário, revela um estudo apresentado esta semana.

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Lusa
06/07/2025 07:06 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Estudo

"Entre os jovens que se situam politicamente à direita do centro e que se sentem economicamente desfavorecidos, a aprovação da democracia desce para apenas um terço", revela Thorsten Faas, politólogo da Universidade Livre de Berlim.

 

"Estes números mostram que a democracia está sob pressão - tanto do exterior como do interior", acrescentou um dos autores do estudo do instituto YouGov para a Fundação Tui, que financia projetos dedicados à juventude na Europa.

Mais de metade (57%) dos jovens na Europa prefere sem reservas a democracia a outras formas de governo, com o nível mais elevado de aprovação na Alemanha (71%).

A Fundação Tui tem vindo a realizar este estudo desde 2017. Este ano, foram inquiridas 6.700 pessoas entre os 16 e os 26 anos na Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Itália, Grécia e Polónia.

Os jovens tornaram-se mais críticos em relação à imigração, com 38% a considerar que deveria ser mais restrita. Em 2021 a percentagem era de 26%.

"Numa comparação entre países, as atitudes mais céticas encontram-se na Polónia, Grécia e Espanha", sendo significativamente menor em Itália, que também é fortemente afetada pela migração.

O estudo revela também uma considerável insatisfação com o funcionamento do respetivo sistema político.

Apenas 6% dos inquiridos afirmam que o sistema político do seu país funciona perfeitamente bem e não precisa de ser alterado. Também na Alemanha, a percentagem é de apenas 9%.

Para a maioria dos jovens, a continuação dos seus países como membros da União Europeia (UE) não é tema de debate, com 66% a classificar a adesão como boa. Na Alemanha esse valor chega aos 80%.

No entanto, 40% dos inquiridos afirmam que o funcionamento da UE não é particularmente democrático; 53% criticam a UE por estar demasiado preocupada com pequenos pormenores em vez de se concentrar no essencial e 51% concordam com a afirmação "A UE é uma boa ideia, mas é muito mal implementada". Os gregos são os mais insatisfeitos.

Os jovens sentem-se cada vez menos representados pelo Parlamento Europeu. Em 2019, 21% dos inquiridos admitiram sentir-se fortemente ou muito fortemente representados pelos eurodeputados, mas este número desceu agora para 15%.

"A forma como as pessoas vivem o funcionamento do sistema político está intimamente ligada à forma como vivem a sua vida quotidiana", afirma Faas, revelando que, apesar de são ser uma boa notícia à partida, pode ser transformada dando aos jovens aquilo que lhes falta.

"Apenas 37% descrevem a sua situação financeira como (bastante) boa (...) 66% não se sentem seguros nas ruas à noite, 53% não se sentem seguros nas discotecas e nos pubs. Portanto, há muito a fazer", sustentou.

O estudo aponta ainda o espetro político em que se situam os jovens europeus com 19% à direita, enquanto há quatro anos eram 14%. Um terço (33%) vê-se no centro político e 32% descrevem-se como sendo de esquerda. Os restantes 16% não especificaram ou não sabem.

Leia Também: Mariana Mortágua admite erros (e vai enfrentar quatro moções opositoras)

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