Avança no outono plano para reforço de interconexões energéticas na UE

A Comissão Europeia defende a necessidade de construir mais interconexões energéticas na União Europeia (UE), nomeadamente entre a Península Ibérica e o resto do bloco, avançando com um plano de ação no outono enquanto também tenta dialogar com França.

Electricity Networks Commissioner's report into new pylons

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Lusa
04/07/2025 16:06 ‧ há 6 horas por Lusa

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Comissão Europeia

"Precisamos de estar melhor interligados. [...] O facto de não dispormos de infraestruturas físicas suficientes e de não estarmos suficientemente ligados é, na minha opinião, provavelmente a maior ameaça que temos em termos de estrangulamentos e outros obstáculos à transição ecológica e, por isso, vamos apresentar este outono um plano ação relativo à rede, que deveria ser apresentada no próximo ano, mas que eu adiantei", disse o comissário europeu da Energia, Dan Jørgensen.

 

O responsável falava à imprensa europeia, incluindo a Lusa, na cidade dinamarquesa de Arhus, durante a viagem para a imprensa europeia da presidência do Conselho da União Europeia (UE) assumida pela Dinamarca entre 01 de julho e 31 de dezembro deste ano.

Fazendo uma analogia, o político dinamarquês comentou que a situação atual da UE "é como se fossem necessárias 200 estradas para serem ligadas na Europa, mas só houvesse 100 e só se permitisse que os carros circulassem em 50 delas e, por isso, é preciso utilizar melhor o que já existe e duplicar a capacidade atual".

Questionado na ocasião pela Lusa sobre a falta de interconectores entre a Península Ibérica e o resto da UE devido ao bloqueio francês, Dan Jørgensen admitiu: "Não é como se não tivéssemos feito interligações, [...] mas também é verdade que é uma abordagem muito dependente do resultado final que os países precisam de acordar entre si".

"O problema é que, hoje em dia, é frequente termos uma situação em que é necessário ligar o país A ao país C, mas a ligação passa pelo país B. Então, como é que isso se torna economicamente interessante para o país B? É algo em que estamos a trabalhar e que fará parte do grande plano que apresentarei mais tarde" no ano, indicou.

Dan Jørgensen destacou que cada valor investido em interconexões acaba por triplicar.

E, além disso, "França evitou 40 dias de apagões no ano passado por causa da interconexão", exemplificou ainda.

Em maio passado, governos de Portugal e Espanha pediram à Comissão Europeia um "compromisso político e financeiro firme" para avançar com interconexões entre a Península Ibérica e o resto da União Europeia, após o apagão de abril.

Numa carta ao comissário da Energia, foi ainda proposta a realização, ainda este ano, de uma reunião ministerial, na qual Portugal, Espanha, França e a Comissão Europeia possam acordar um roteiro com marcos e passos concretos a seguir para alcançar os objetivos europeus para 2030 e 2040.

O apagão na Península Ibérica em 28 de abril mostrou a importância de aumentar a resiliência da rede energética da UE, numa altura em que o território tem uma conectividade abaixo dos 3% com o resto da União.

O Governo português tem vindo a defender um aumento da interligação energética de Portugal com o resto da UE para 15% até 2030, através da construção de mais interligações.

A UE estabeleceu precisamente um objetivo de interconexão de, pelo menos, 15% até 2030.

O reforço das interligações energéticas entre Portugal e Espanha e a UE tem vindo a ser discutido há vários anos, mas devido ao ceticismo de França isso nunca avançou totalmente, apesar de ser importante para aumentar a segurança energética, reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, diminuir os custos e facilitar a transição para as energias renováveis.

De acordo com dados da Comissão Europeia, são necessários mais de 500 mil milhões de euros para alocar à reforma das redes de eletricidade nesta década, montante que inclui interconexões transfronteiriças e a adaptação das redes de distribuição à transição energética.

Leia Também: Governo levanta restrições à captação de água subterrânea no Algarve

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