Do contingente militar, quatro mil militares serão destacados para a fronteira com a Alemanha e os restantes para as passagens com a Lituânia, como parte do restabelecimento temporário dos controlos fronteiriços para impedir a entrada de migrantes irregulares, segundo o porta-voz da diplomacia de Varsóvia, Jacek Dobrzynski.
Na fronteira com a Alemanha foram selecionados 52 postos de controlo, 16 dos quais permanentes, somando-se a 12 com a Lituânia, dois permanentes.
Para atravessar a fronteira polaca será obrigatória a apresentação de um documento de identidade de um país da União Europeia ou de um passaporte, sendo que a entrada só será permitida nos locais descritos nos regulamentos.
A travessia por caminhos ou trilhos florestais, ciclovias e rios é expressamente proibida.
Os postos de controlo serão realizados sobretudo por agentes da Guarda de Fronteira, que serão apoiados por militares das Forças de Defesa Territorial e da Polícia Militar em postos de controlo permanentes.
Estes postos utilizarão contentores especiais e os chamados "autocarros Schengen", veículos adaptados para o trabalho administrativo móvel.
Nas estradas, será implementada uma organização especial, reduzindo as vias para uma única faixa e encaminhando o tráfego para áreas de serviço designadas para verificações seletivas de veículos.
Segundo as autoridades, o objetivo é "minimizar os inconvenientes para os polacos, sobretudo os que trabalham na fronteira ocidental", uma vez que "o Espaço Schengen é uma grande comodidade conquistada nos últimos anos", segundo Dobrzynski.
A decisão de restabelecer os controlos fronteiriços foi anunciada por Varsóvia esta semana.
O primeiro-ministro, Donald Tusk, explicou na quinta-feira que, há cerca de um mês, "o lado alemão, ao contrário dos últimos dez anos, recusa-se a permitir a entrada no seu território de migrantes, em busca por exemplo de asilo", e nestes casos, os são expulsos "a todo o vapor" para a Polónia.
De acordo com dados da Guarda de Fronteira, a Polónia registou 15.022 tentativas de travessia irregular na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia entre 01 de janeiro e 29 de junho de 2025, com 412 detenções este ano até junho, um número semelhante ao de todo o ano passado.
A pressão também aumentou significativamente na Lituânia e na Letónia, com aumentos de mais de três e duas vezes, respetivamente, no número de tentativas de entrada.
Mais de seis mil militares foram destacados para a fronteira leste com a Bielorrússia durante mais de um ano, além de 4.000 polícias e guardas de fronteira adicionais.
Esta medida foi justificada por Varsóvia com uma vaga migratória proveniente de países orientais orquestrada deliberadamente por Minsk e Moscovo com o objetivo de desestabilizar o leste europeu.
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