O Wall Street Journal publica hoje uma entrevista a Mohammadi, que teve de ser feita por escrito, dados os problemas de ligação na localidade onde teve de se refugiar durante os bombardeamentos israelitas.
A situação para o povo iraniano é agora mais perigosa do que durante a guerra, disse
"Estou muito preocupada com a situação dos membros da sociedade civil, ativistas políticos e sobretudo os jovens envolvidos em atividades sociais. Acredito que a repressão vai intensificar-se nos próximos dias", desenvolveu.
A acusação genérica de espiar para Israel motivou a detenção de 750 pessoas, desde 13 de junho, e seis execuções.
Apesar da situação, a Prémio Nobel declara-se contra qualquer intervenção estrangeira no Irão para forçar uma mudança de regime e defendeu que as mudanças devem vir de dentro.
Sobre os ataques de Israel, não poupa críticas a Benjamin Netanyahu, comparando-o com o líder iraniano: "No Irão, temos este governo misógino e religioso encabeçado por Ali Khamenei, que nos levou ao inferno, prometendo-nos o paraíso, mas Netanyahu também nos leva ao inferno, enquanto nos promete liberdade e democracia".
Narges Mohammadi foi detida por 13 vezes e condenada em nove, passou meses encerrada em celas do tamanho de uma "sepultura" e há dez anos que não vê os seus dois filhos. Mas, durante uma entrevista com a agência Efe em fevereiro, disse que a luta pela liberdade no Irão faz isso valer a pena.
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